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Portugal tenta recuperar competitividade na investigação clínica

"Centros Hospitalo-Universitários & Investigação Clínica" foi o tema da primeira sessão do Ciclo de Conferências “ÁGORA - Ciência e Sociedade | 2015-2016”, promovida pela Universidade de Lisboa, cuja moderação esteve a cargo do vice-reitor da instituição, Rogério Gaspar.

O debate, onde foi feito um ponto da situação em relação a alguns indicadores no que respeita à investigação em Portugal, contou com as intervenções de Carlos Martins, presidente do Conselho de Administração do CHLN, e de Ana Torres, Pfizer’s Portugal Country Manager & Global Innovative Pharma Head.



Durante a conferência foi destacado o facto de, nos últimos anos, se ter dado uma queda substancial do número de ensaios clínicos e do investimento, tendo Portugal perdido a competitividade europeia para outros países.

Especificamente entre 2006 e 2012, verificou-se um decréscimo avultado do número de estudos no nosso país, de 160 para 118. Já em 2014 e início de 2015, foi sublinhado que a tendência foi crescente e que se começou a retomar a dinâmica na área da investigação clínica.

Referiu-se ainda nesta conferência que tem existido um conjunto de dificuldades, do ponto de vista regulamentar, na implementação da grande investigação clínica nacional e que a nova lei da investigação "deverá contribuir" para o aumento que se venha a verificar. Quanto aos "constrangimentos remanescentes", a perspetiva é que possam ser superados a partir de 2016, com a entrada em vigor do novo regulamento europeu de investigação clínica.



ULisboa investe 1200 milhões de euros em investigação

Rogério Gaspar sublinhou que "só a ULisboa investe cerca de 100 milhões de euros/ano em investigação, valor ao qual se deveria adicionar, pelo menos, 50% da massa salarial da instituição, ou seja, mais 100 milhões, o que dá um total de cerca de 200 milhões de investimento por ano em todas as áreas de I&D na ULisboa".

"Se tivermos em conta o período de seis anos, para o qual temos estado a olhar nesta conferência, a ULisboa vai investir cerca de 1200 milhões de euros em investigação, ou seja, cerca de 10 vezes o investimento que está previsto para o mesmo período e nas mesmas áreas de investigação, por parte da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional, através do seu único instrumento, o Programa Operacional Regional de Lisboa e Vale do Tejo", observou.

E terminou: "Contudo, neste momento, mais importante que dinheiro é não estar sobre a grilheta de regras condicionantes da investigação, nomeadamente sob critérios e procedimentos que, muitas vezes, não dependem da nossa tutela, mas são impostos de forma cega pelo Ministério das Finanças, não atendendo à realidade e condicionando o desenvolvimento de parcerias internacionais de valor acrescentado para Portugal."

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