Patologia da coifa dos rotadores: anti-inflamatórios podem «não ser a melhor prática clínica»

“No caso da patologia da coifa dos rotadores, o uso de anti-inflamatórios pode não ser a melhor prática clínica”, considera Gonçalo Borges, diretor do Serviço de Fisiatria e responsável pela Consulta Especial do Ombro do Hospital da Prelada. O especialista falou à Just News no âmbito das II Jornadas “O ombro”, que decorreram recentemente na Escola Superior de Saúde Egas Moniz – Campus Universitário do Monte da Caparica.

Gonçalo Borges relembrou que “a patologia da coifa dos rotadores não implica um processo inflamatório, embora na fase inicial assim possa acontecer. Trata-se de uma doença crónica, com apoptose celular, logo a utilização de anti-inflamatórios não é uma boa prática clínica”.

Esta patologia da coifa dos rotadores divide-se em duas situações muito específicas: a do indivíduo mais idoso, com degenerescência do tendão dos quatro músculos da coifa dos rotadores, e a dos indivíduos mais novos, com problemas originados por sobrecarga.

Como se trata de um problema de saúde crónico, sem cura, o ideal é “apostar-se na formação de mais profissionais de saúde que tenham um conhecimento aprofundado do ombro, para se evitarem cirurgias quando se pode fazer apenas um trabalho de reeducação que alivia as dores e que melhora a funcionalidade reequilibrando o ritmo escapulo umeral.”



Para o fisiatra, é ainda crucial investir na prevenção. “A postura corporal correta no emprego e em casa e o reequilíbrio muscular nos atletas vai diminuir o número de casos.” Gonçalo Borges alerta para “o preço alto que se vai pagar dentro em breve por causa do uso exagerado de smartphones ou do portátil no colo, que leva a uma má postura e a sobrecarga nos ombros”.

As II Jornadas “O ombro” foram organizadas pela Secção para o Estudo da Patologia do Ombro e Cotovelo da Sociedade Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia (SPOT) e pela Clínica das Conchas.

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