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Lusíadas Oncology Summit reflete «o olhar do doente oncológico como um todo»

Esta quinta e sexta-feira decorre a segunda edição do Lusíadas Oncology Summit. Em entrevista à Just News, Miguel Barbosa, Paulo Cortes e Sérgio Barroso, respetivamente, coordenadores das unidades de Oncologia Médica dos hospitais Lusíadas Porto, Lisboa e Amadora, explicam a importância do evento.

Os especialistas, que integram a Comissão Organizadora, destacam a importância da "visão holística do doente oncológico", adiantando alguns dos procedimentos e novidades implementadas no Grupo Lusíadas Saúde.


"Conseguimos detetar e corrigir precocemente desvios ao plano terapêutico estabelecido"


Paulo Cortes

Just News (JN) - O Lusíadas Oncology Summit é já um evento de referência nacional em Oncologia. Quais os elementos diferenciadores?


Paulo Cortes (PC) - A oncologia moderna é cada vez mais precisa. Com uma grande ênfase nos testes moleculares e Genómicos, preocupamo-nos em dar os tratamentos mais eficazes e ao mesmo tempo menos tóxicos, diminuindo a intensidade dos tratamentos, quer sejam radioterapia, quimioterapia ou cirurgia.


Um exemplo disso é a utilização de estratégias de tratamento inovadoras do cancro do reto, em que conseguimos muitas vezes a cura evitando a cirurgia e preservando o órgão. Por outro lado, estamos a desenvolver novos meios para reduzir os efeitos colaterais do tratamento, com redobrada atenção aos cuidados personalizados de suporte, como mostra a nossa participação na coordenação da elaboração de guidelines a nível nacional para o diagnóstico precoce e tratamento das toxicidades da imunoterapia.


Esta abordagem da oncologia só se consegue com a colaboração de profissionais de várias áreas, que convergem de uma forma interdisciplinar para a promoção dos melhores cuidados de saúde para o doente oncológico. A visão holística, o olhar do doente oncológico como um todo é um elemento diferenciador do grupo Lusíadas que se reflete, uma vez mais, neste Oncology Summit.

O programa do Lusíadas Oncology Summit foi desenvolvido em estreita colaboração com as várias unidades do grupo Lusíadas e conta com a participação ativa de especialistas Lusíadas de todo o país. Por outro lado, a presença de reputados oradores de outras instituições de saúde a nível nacional vem enriquecer muito a partilha de conhecimento. Só com a colaboração de todos conseguimos avançar o conhecimento científico e desenvolver e disseminar as melhores práticas, em prol do doente oncológico.

JN - Qual a realidade da unidade que coordena? Que novidades pode partilhar?

PC - O Centro de Oncologia do Hospital Lusíadas Lisboa engloba equipas Interdisciplinares em todas as áreas da oncologia, que trabalham de forma coordenada para prestar os melhores cuidados a cada doente oncológico. As equipas Interdisciplinares contam, nomeadamente, com nutricionistas e psicólogos, para além das várias especialidades médicas dedicadas ao diagnóstico e tratamento do doente oncológico. Todo o percurso do doente oncológico desde o diagnóstico, passando pelo tratamento e pela sua recuperação, foi revisto e otimizado.


Os doentes são acompanhados e apoiados na sua jornada pelos Patient Navigators, tanto enfermeiros como assistentes sociais.

Esta estreita interligação permitiu o estabelecimento de “vias verdes” para doentes oncológicos, que permitem ter, nomeadamente em neoplasias da mama e tumores digestivos, uma resposta integrada num prazo de 7 dias úteis, desde o diagnóstico da doença oncológica até a discussão interdisciplinar e elaboração e proposta de um plano de tratamento.


Iniciámos também neste ano de 2023 um programa inovador, que visa ampliar a nossa visão holística de acompanhamento do doente oncológico através do coaching personalizado. Está também em elaboração um projeto de acompanhamento dedicado a sobreviventes do cancro.


Orgulhamo-nos de ter idoneidade formativa para a formação pós-graduada no internato médico de Oncologia Médica. A vertente educativa e de formação é fundamental num Centro de Oncologia. Motiva-nos a questionar, a evoluir e a olhar para o futuro com a certeza que iremos sempre tentar fazer mais e melhor.

JN - Há também uma aposta na investigação?

PC - Participamos ativamente em vários projetos de investigação, quer ensaios clínicos patrocinados pela indústria farmacêutica, quer através da iniciativa do investigador, como é exemplo a colaboração com o instituto Jules Bordet, da Bélgica.

Somos um Centro de Oncologia com acreditação pela ESMO (European Society of Medical Oncology), como Designated Centre of Integrated Oncology and Palliative Care desde 2022.

Atualmente, somos consultores da ESMO num projeto de investigação pan-Europeu financiado pelo programa Horizon da União Europeia que tem como objetivo desenvolver e implementar: “novel patient-centred care pathways (PCCPs), patient-reported outcome measures (PROMs), and treatment decision support incorporated in a user-friendly digital solution”. 

Acreditamos que estamos no caminho certo, conscientes de que teremos sempre formas de melhorar, evoluir e inovar. O Lusíadas Oncology Summit é uma parte importante desse caminho, pela promoção da partilha de conhecimentos com colegas de outras especialidades, incluindo a Medicina Geral e Familiar, em temas tão importantes como os rastreios, o diagnóstico precoce e novas abordagens de tratamento e de manejo de toxicidades.



"Conseguimos detetar e corrigir precocemente desvios ao plano terapêutico estabelecido"


Sérgio Barroso

JN - A necessidade de um olhar mais inclusivo sobre o doente oncológico é um desafio que mais oncologistas devem abraçar? No Grupo Lusíadas como está essa realidade?


Sérgio Barroso (SB) -
A inclusão é inerente à Oncologia. No GLS temos delineados processos que visam dar resposta às diferentes situações desde as fases da prevenção até às fases mais adiantadas da doença. Temos também ações que visam melhorar a literacia em saúde e intervenções na comunidade, particularmente nas populações de maior risco. Procuramos estar próximos das pessoas e dar resposta às suas necessidades. 

JN - Há alguma novidade relacionada com a unidade que coordena que possa e deva ser partilhada?


SB - O projeto de monitorização proativa da aderência terapêutica e das toxicidades aos tratamentos oncológicos, através do contato telefónico regular feito pela equipa de enfermagem.
Desta forma conseguimos detetar e corrigir precocemente desvios ao plano terapêutico estabelecido, prevenir e minimizar toxicidades e assim, contribuir para melhores resultados globais para os nossos doentes



"Esperamos continuar a ter uma participação diversificada"

Miguel Barbosa

JN - Esta reunião científica de Oncologia está aberta a outros profissionais, além de oncologistas. Que especialidades poderão mais beneficiar com este evento? 

Miguel Barbosa (MB) - O Lusíadas Oncology Summit é uma reunião científica de Oncologia aberta a outros profissionais, além dos médicos e profissionais de saúde da área oncológica. Especialidades como a cardiologia, hematologia, pneumologia, entre outras, poderão beneficiar com este evento, dada a natureza multidisciplinar dos temas abordados.

JN - O Lusíadas Oncology Summit terá a presença de profissionais externos ao Grupo?  

MB -  A ideia é também contar com a presença de profissionais fora do Grupo Lusíadas. Na primeira edição já contámos com a participação de profissionais de outras instituições e esperamos continuar a ter uma participação diversificada nas próximas edições.


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