«O rim é um dos órgãos que ajuda a controlar a diabetes»

Tendo o rim sido considerado durante muitos anos uma vítima da diabetes, Edite Nascimento, coordenadora adjunta do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), refere que recentemente se identificou que o rim pode ajudar no controlo da diabetes. 

"Estamos perante muitas novidades a nível do rim, quer como vítima, quer como ajuda no tratamento da diabetes", começa por afirmar Edite Nascimento, coordenadora adjunta do NEDM, que é ainda coordenadora da Unidade de Diabetes do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Tondela Viseu.


Edite Nascimento

Como explica, “durante muitos anos, o rim foi considerado a vítima da diabetes”, dado o risco de estas pessoas desenvolverem uma doença renal crónica diabética, anteriormente denominada de nefropatia diabética, continuando a levar muitos doentes à doença renal crónica terminal e à hemodiálise.

No entanto, recentemente, foi identificada a ajuda que o rim pode oferecer no controlo da diabetes, destacando Edite Nascimento que “o facto de o rim conseguir expulsar glicose do organismo, diminuindo a glicemia, abre um novo caminho, com benefícios no controlo da diabetes”.



Esta perceção tem vindo a fomentar muita investigação nos últimos anos, relacionada com medicamentos que potenciam esta ação do rim de excretar glicose. A internista avança, inclusivamente, que “estudos mais recentes provam que esses fármacos conseguem retardar a progressão da doença renal crónica, algo que não existia até então”.

Estes serão alguns dos assuntos em debate na 7.ª Reunião Temática NEDM, que vai tratar a Atualização multidisciplinar do Estado da Arte da Diabetes tipo 2: Rim – O elo perdido da DM tipo 2, no Hotel MH Atlântico, em Peniche. Para a internista, “esta reunião é cada vez mais importante e é uma iniciativa em que acredito, na medida em que, enquanto grupo de estudos, temos de aprofundar alguns temas”.


Edite Nascimento no Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar Tondela Viseu, onde coordena a Unidade de Diabetes

“Apesar de parecer uma área limitada, a diabetes atinge todos os órgãos e sistemas do organismo, o que confere à Medicina Interna um papel tão importante no tratamento das pessoas com diabetes”, observa Edite Nascimento. Esta abrangência, por vezes, “leva à necessidade de nos centrarmos num tema e aprofundá-lo, principalmente quando há inovações científicas ou terapêuticas que o justificam”.

Futuramente, a coordenadora adjunta do NEDM projeta ir mais além, realizando as reuniões temáticas em conjunto com outras sociedades médicas, dado que “todos temos a ganhar em construir iniciativas conjuntas e centradas num tema, porque conseguimos aprofundá-lo muito mais”.


Edite Nascimento

Contabilizando, em média, mais de uma centena de participantes, Edite Nascimento admite que esta edição possa vir a superar as expectativas, devido à componente virtual. Ao mesmo tempo, existirá um formato presencial, restrito a apenas cerca de 50 inscritos.

Recorde-se que a última edição da Reunião Temática NEDM trouxe para debate a Diabetes Mellitus tipo 1 e aconteceu no dia 11 de maio de 2020, no Hotel Solverde, em Espinho.

O programa da pode ser consultado aqui.


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