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O Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção «é um tesouro»

Hélder Pereira, presidente da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), não tem dúvidas em afirmar que "o nosso Registo Nacional de Cardiologia de Intervenção é um tesouro que, não só queremos melhorar, como desejamos que ele seja da maior utilidade aos doentes que tratamos".

O responsável esclarece que "há vários anos que tentamos convencer a tutela de que este registo pode ser da maior utilidade para ambas as partes. Veríamos como positivo, tal como acontece nos países do norte da Europa, que o preenchimento do registo tivesse caráter obrigatório e que estivesse sujeito a auditoria externa, tornando-o assim numa ferramenta extremamente robusta e com grande potencial científico e logístico."

Por outro lado, acrescenta, "poderia também ser de grande valor para a interação com o próprio doente. Neste caso, os avanços têm sido mais animadores, estando em estudo um projeto ambicioso, através da SPMS e do Portal de Dados da Saúde (PDS)."

Em artigo publicado no Jornal da 5ª Reunião Anual da APIC, Hélder Pereira salienta que sempre teve a perspetiva de que os cardiologistas de intervenção "não são meros técnicos ultraespecializados, sendo antes cardiologistas de pleno direito, com uma subespecialização em intervenção. Esta será a única forma de continuarmos a ser parte decisiva na tomada de decisões relativamente à orientação e tratamento dos nossos doentes."

O “Stent for Life” (SFL), um dos projetos a que a APIC tem dado "grande atenção", visa reduzir a mortalidade por enfarte e é, simultaneamente, "uma oportunidade única para alavancar a APIC", afirma Hélder Pereira, recordando que, graças a esta iniciativa, "a Cardiologia de Intervenção teve uma divulgação pública como nunca antes havia acontecido".

Apesar do SFL não estar ainda a ter o apoio desejado, o presidente da APIC assegura que continuarão a desenvolver esforços nesse sentido:

"Gostaríamos de estar a receber um maior apoio das entidades oficiais, elas próprias também implicadas na redução da mortalidade por enfarte. Estamos seguros de que se os nossos apelos à tomada de iniciativas conjuntas e à criação de sinergias aos mais variados níveis tivessem tido lugar, possivelmente, já se teria avançado muito mais nesta matéria. É com alguma apreensão que, depois de três anos de campanha de sensibilização, ainda um tão diminuto número de doentes ligue o 112 ou que o tempo ´sintomas – primeiro contacto médico` seja tão elevado. Uma coisa é certa, não desistiremos de tentar trabalhar em conjunto."

Para Hélder Pereira, a colaboração entre a APIC e os vários órgãos do Ministério da Saúde "só poderia contribuir para os valores fundamentais expressos no Plano Nacional de Saúde, que são a universalidade, o acesso a cuidados de qualidade, a equidade e a solidariedade".

O artigo de Hélder Pereira foi publicado no Jornal da 5ª Reunião Anual da APIC, evento que decorreu nos dias 21, 22 e 23 de novembro, e pode ser lido na íntegra aqui.

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