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O médico de família enquanto "verdadeiro gestor do utente"

Tendo assumido funções como presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve no início do mês de novembro, João Moura dos Reis diz que a saúde da população da sua região é a sua prioridade. Em conversa com o Jornal Médico, fala deste desafio, dos seus principais objetivos, prioridades e dificuldades que, segundo afirma, se prendem, essencialmente, com os escassos recursos humanos.

Relativamente à sua visão sobre o caminho ideal dos cuidados de saúde primários (CSP), João Moura dos Reis é esclarecedor, indicando que "só pode ser uma, o médico de família ser o verdadeiro gestor do utente, sendo o hospital uma plataforma tecnológica que trataria o utente em algumas fases da sua vida. É preciso gerir a saúde e a doença através dos CSP e deixar a filosofia hospitalocêntrica que existe ainda no nosso país."

Com sete unidades de saúde familiar no Modelo A e duas no Modelo B (USF Âncora e USF Mirante, em Olhão), o Algarve tem um número reduzido de USF. As que existem na Região correspondem sobretudo aos concelhos onde se concentra o maior número de profissionais de saúde, "o que tornou mais fácil a constituição de equipas para formar uma USF", salienta João Moura dos Reis, acrescentando que "a decisão de avançar para a criação de uma USF cabe, em primeiro lugar, aos profissionais. Porém, acima de tudo, a nossa aposta passa por continuar a reforçar a capacidade de resposta dos CSP nas várias vertentes, seja através de USF, UCSP ou unidades de cuidados na comunidade. As UCC assumem um papel essencial pela sua proximidade junto da população e pelo desenvolvimento de parcerias e projetos com a comunidade na prevenção e promoção de estilos de vida saudáveis e que permitem obter excelentes ganhos em saúde."

Sobre o "aumento consecutivo do número de internos" que, nos últimos anos, têm escolhido o Algarve para realizar o internato, nomeadamente, nos CSP, o presidente da ARS Algarve, indica que a Região "oferece as condições ideais para uma evolução formativa e profissional de qualidade em todos os níveis. Existem muitos fatores atrativos na nossa região que nos distinguem de outras regiões do país e que naturalmente contribuem para uma maior e melhor capacidade e valorização profissionais."

Quanto às exigências de ser presidente de uma ARS nos tempos que correm, João Moura dos Reis refere: "A área da Saúde depara-se, atualmente, com um vasto leque de desafios. E temos, diariamente, que ter capacidade de saber ouvir, dialogar e responder às solicitações que nos são feitas, em todos os níveis. Estamos em constante movimentação e desenvolvimento. São poucos os momentos em que não acontece nada. O empenho é sempre feito no sentido de aperfeiçoar as nossas ações e intervenções e melhorar a qualidade do resultado final do trabalho realizado, em prol dos utentes e dos próprios profissionais de saúde."


A entrevista completa pode ser lida na edição de maio de Jornal Médico

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