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Novas perspetivas sobre a infeção por VIH

Em duas décadas foi possível transformar "uma doença mortal, para a qual a Medicina não tinha qualquer capacidade de resposta, numa doença com características de cronicidade, colocando-a, assim, ao mesmo nível de outras patologias, como a hipertensão ou a diabetes mellitus", refere Telo Faria, coordenador do Núcleo de Estudos da Doença VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina interna (SPMI). E acrescenta: "Novos patamares se exigem para os próximos tempos. Um deles é o da cura, da cura funcional."

No artigo, que pode ser lido na íntegra na edição de domingo do Jornal do XXI Congresso Nacional de Medicina Interna, Telo Faria recorda que, na última década, os avanços foram mais notórios em termos de eficácia e tolerância da medicação, da sua simplificação, e ainda, da significativa melhoria de adesão à mesma.

Considera que, agora, "o que se pretende é mimetizar o que acontece nos ´elite controllers`, isto é, modelar o sistema imunológico de modo a ficar estável, com cargas virais indetetáveis, sem medicação. E aqui a investigação está a ser feita no sentido da deslocação do simples controlo da infeção para a tentativa de controlo das alterações fisiopatológicas que persistem na infeção crónica e que conduzem a um acréscimo significativo da morbilidade a longo prazo."

Afirma que também alguns avanços têm sido feitos na terapêutica genética: "No CROI 2014, foi apresentada a tecnologia do Sangamo, com o uso da nuclease dedos de zinco (zinc fingers), na tentativa de interromper o gene das células T CD4 que controlam a expressão do correcetor CCR5, que a maioria das estirpes do vírus VIH utiliza para penetrar nas células".

E acrescenta: "Igualmente, novas classes farmacológicas estão a ser investigadas, nomeadamente inibidores da ligação, inibidores da maturação e ainda, os primeiros passos no uso da anticorpos monoclonais na doença VIH. Também para breve, estão previstos novos fármacos das classes terapêuticas já existentes. Realce ainda para a consolidação de algumas indicações no uso da PrEP, como na conceção segura, e ainda a introdução no arsenal terapêutico de drogas antigas, modificadas quimicamente, permitindo uma diminuição muito significativa dos seus efeitos secundários, como é o caso do tenofovir alafenamide relativamente ao tenofovir disoproxil fumarate."


VIH/SIDA e Cuidados de Saúde Primários

Nos dias 26 e 27 de junho realizam-se, em Elvas, as XVI Jornadas Nacionais de VIH, presididas por Telo Faria. "Cuidados Primários de Saúde e Doença VIH" é um dos temas centrais da reunião anual do Núcleo de Estudos da Doença VIH da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), onde são aguardados cerca de 250 participantes, essencialmente provenientes da MGF, Medicina Interna, Infeciologia e Pneumologia.

Em declarações à Just News, Telo Faria, responsável pela Consulta Multidisciplinar de Doenças Infeciosas da Unidade Local de Saúde Baixo Alentejo (ULSBA) e coordenador do Programa Regional para a Infeção VIH/SIDA 2012/2016, esclarece que o enfoque dado aos CSP nestas jornadas prende-se com dois principais vetores: a prevenção e o diagnóstico precoce da doença VIH e também o seguimento destes doentes, que se pretende que seja partilhado. “Quanto ao primeiro ponto, além da prevenção, é de realçar o papel crucial dos CSP, com a criação e a realização de uma rede de deteção precoce através de testes rápidos”, afirma Telo Faria.

O programa das jornadas pode ser consultado aqui.

Para mais informações:
Inscrições simples: cristina@spmi.pt
Stands/ Programas: adelina@spmi.pt




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