Ministro da Saúde defende centros de responsabilidade integrada com «maior orientação para o desempenho»

Será publicado, em breve, o decreto-lei que permite novos modelos de organização hospitalar, nomeadamente a construção dos centros de responsabilidade integrada. De acordo com o ministro da Saúde, estes centros “terão uma maior orientação para o desempenho, para a investigação e para a ciência”.

Adalberto Campos Fernandes falava no encerramento da 7.ª Reunião Anual da Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), na Figueira da Foz, no último domingo.


Em conjunto com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, o ministro da Saúde está a trabalhar para que, nesses centros académicos, os médicos, os enfermeiros e os técnicos possam "ter tempo disponível para investigar, para ensinar e para formar".


“Ganhámos a batalha da produção, falta-nos ganhar a batalha da qualidade, ou seja, falta-nos garantir que o nosso sistema de saúde atinja este objetivo”, afirmou Adalberto Campos Fernandes, sublinhando que, depois de o país ter assegurado a esperança de vida gold standard da Europa, é tempo de garantir qualidade de vida.



Conforme mencionou, Portugal atingiu aqueles níveis de esperança de vida tão depressa que não teve tempo para cuidar da qualidade de vida nos últimos 10 anos.


“Chegámos depressa demais ao euro e a algumas soluções porque somos um país capaz de se adaptar à modernidade, mas muitas vezes fazemo-lo sem ter o tempo da maturação que os processos de transformação exigem”, apontou.


No entanto, para aquele responsável, esta é uma boa altura para investir na qualidade: “Dentro em breve teremos todos os portugueses cobertos por médico de família. Por outro lado, vamos ter este ano o maior número de aprovação de moléculas inovadoras de que há memória em Portugal. Teremos ainda novos e importantes hospitais. E, finalmente, vamos ter, ao longo dos próximos três anos, um programa muito intenso de renovação da infraestrutura tecnológica, que se encontra profundamente degradada, fruto de um desinvestimento dos últimos anos que levou a que existam equipamentos obsoletos e hospitais que estão em situação de funcionamento muito precário.”


Dirigindo-se a uma plateia composta por profissionais de saúde com interesse na área da Cardiologia de Intervenção, Adalberto Campos Fernandes afirmou: “Não são os estados, os governos e os ministros que servem melhor os interesses dos doentes, mas sim os médicos, os enfermeiros e os técnicos. Portanto, ajudem-nos a fazer pelo sistema de saúde português aquilo que temos obrigação de fazer, que é um sistema mais equitativo, mas acessível e mais democrático nos direitos de utilização.”


Relação dos estados com a Indústria inovadora


No seu discurso, Adalberto Campos Fernandes adiantou também que, em nome do Governo português, tem estado envolvido num trabalho a nível europeu com a Comissão Europeia, para que na área do medicamento haja uma nova relação dos estados com a Indústria inovadora.

Neste contexto, terá lugar, no próximo dia 7 de dezembro, em Lisboa, um encontro de ministros da Saúde da Europa que contará com a presença da Comissão Europeia.

Segundo o ministro da Saúde, vivemos num tempo de “perceção por todos de que as economias do mundo não são capazes de gerar excedentes de riqueza para se defrontarem com pressões orçamentais tão elevadas”, sendo por isso importante “chamar também à responsabilidade as entidades que têm capacidade de inovar, de inventar e de produzir boas soluções para os nossos doentes”.

Na sessão de encerramento da 7.ª Reunião Anual da APIC também esteve presente Miguel Mendes, presidente da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, para além de Eduardo Oliveira, presidente do evento, e de Rui Campante Teles, presidente da APIC.

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