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Médicos de família reúnem-se em Viseu para debater mitos da Medicina e riscos dos rastreios

A Medicina Geral e Familiar (MGF) portuguesa vai estar reunida em Viseu, entre 25 e 27 de setembro, na 19ª edição do Congresso Nacional de Medicina Familiar, organizado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), presidida por Rui Nogueira. O evento irá decorrer na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu – Instituto Politécnico de Viseu.

Um dos temas fortes desta reunião será a "Pseudociência e Medicina". David Marçal, doutorado em Bioquímica pela Universidade Nova de Lisboa e colaborador da Fundação Calouste Gulbenkian e do Pavilhão do Conhecimento na promoção da cultura científica, irá falar de “Pseudociência” e de como esta se alimenta de termos científicos para lhe dar credibilidade, da criação de controvérsias artificiais e de figuras de autoridade. A sessão decorre já amanhã, dia 25 de setembro, ao final da tarde.

Parte da sua intervenção irá focar a homeopatia, “uma Medicina alternativa que não tem qualquer fundamento científico”. O controverso coordenador dos Cientistas de Pé – um grupo de cientistas-atores que fazem stand-up comedy – esclarece que não é ético oferecer homeopatia às pessoas, “dizendo-lhes que tem um efeito que não possui. Na homeopatia, não há nuances. Não funciona melhor do que o placebo e todos os remédios são iguais, porque todos são água com açúcar”.



Também em destaque estará a conferência proferida por António Vaz Carneiro no dia 26 de setembro, intitulada "Sintomas". Através de uma abordagem sólida e científica, António Vaz Carneiro justificará uma prática milenar: "falar com os doentes, ouvir o que nos dizem e perceber como é que os sintomas se apresentam".

De acordo com o diretor do Centro de Estudos  de Medicina Baseada na Evidência (CEMBE), "a maior parte dos sintomas não significa coisa nenhuma. Há sintomas de alarme, em que apenas uma pequena parte evolui, de facto, para doenças graves, mas a maior parte dos sintomas do dia a dia é totalmente irrelevante em termos prognósticos". Acrescenta o responsável que "pelo menos um terço dos sintomas não tem uma explicação fisiopatológica clara e rigorosa".

De referir, ainda, a sessão "A saúde dos doentes será a minha primeira preocupação", a cargo do médico de família e investigador Carlos Martins. De acordo com este perito, "os cidadãos devem ter informação sobre os riscos associados à realização de testes e rastreios", sendo que no presente o uso excessivo e desnecessário de certos exames e intervenções médicas com intenção preventiva "constitui um novo factor de risco".

O programa detalhado pode ser consultado em www.apmgf.pt.

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