Médicos de Coimbra colocam Medicina Interna «no centro da decisão»

"Com o envelhecimento da população, mais importante será ainda o papel da Medicina Interna", afirma o diretor do Serviço de Medicina Interna do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Armando Carvalho.

De acordo com o médico, "reunimos todas as condições para termos uma palavra importante em muitas decisões que se tomam relativamente a doentes que são cada vez mais idosos".


Armando Carvalho

Em entrevista à Just News, recorda que "estamos a falar de pessoas com polipatologia, polimedicados, mais frágeis…" e dá um exemplo desta complexidade: "Será o cardiologista o especialista indicado para tomar conta destes doentes, só porque descompensaram da insuficiência cardíaca, se eles têm outras situações (diabetes, DPOC, doença renal, doença articular…)?

A resposta surge de forma imediata: "Nenhuma especialidade de órgão/aparelho, com a formação limitada em Medicina Interna que tem em Portugal (ao contrário de outros países europeus ou dos EUA) está preparada para assumir isoladamente a maioria dos atuais doentes."

E assegura: "No futuro, será cada vez mais ao internista que, tal como as crianças têm o pediatra que as segue, cabe acompanhar globalmente os doentes."

Neste contexto, não esconde a sua perplexidade face à publicação de normas de orientação clínica na área da Hospitalização Domiciliária. "Como foi possível que o Colégio da Especialidade de MI da Ordem dos Médicos não tenha sido solicitado para nomear alguém que integrasse a Comissão que elaborou essas normas?", questiona.

"Ocupar uma posição central dentro do hospital"


Contudo, esta "centralidade" a que se refere tem outras dimensões, conforme Armando Carvalho explica: "A Medicina Interna tem que estar bem representada, inclusive, a nível das universidades, o que no caso de Coimbra até acontece e espero que continue."



E sublinha: "A Medicina Interna tem que lutar por ter um papel central no hospital. Não basta pedi-lo, é preciso mostrar que possuímos qualidades para tal e estarmos, de facto, presentes."

Uma mensagem que Armando Carvalho deseja que saia reforçada do 25.º Congresso Nacional de Medicina Interna. O evento, que está a decorrer no Centro de Congressos do Algarve, é organizado por um grupo de médicos que pertence ao Serviço de Medicina Interna do CHUC e que "desenvolveu um extraordinário trabalho de preparação ao longo do último ano". 

A Comissão Organizadora, liderada por Armando Carvalho, pretende na edição deste ano "destacar o papel central da Medicina Interna na decisão e na gestão clínica, na multidisciplinaridade, na planificação dos cuidados de saúde, no uso das novas tecnologias, na integração da inteligência artificial na prática médica".


Elementos da Comissão Organizadora: Rui Pina, Rogério Ferreira, Elsa Gaspar, João Porto, Armando Carvalho, Patrícia Carvalho, Patrícia Dias, João Melo, Fátima Silva e Filipe Vilão (ausente na foto: João Madaleno e Dilva Silva)

O evento, subordinado precisamente ao tema “A Medicina Interna no centro da decisão”, está a decorrer entre os dias 23 e 26 de maio e conta "com o inestimável contributo dos núcleos de estudo da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, cuja colaboração foi exemplar".

Quanto ao potencial da Medicina Interna em Portugal, "uma especialidade que conta com mais de 2600 especialistas e cerca de 1000 internos em atividade", Armando Carvalho faz questão de sublinhar:

"Todos juntos, com a riqueza da nossa heterogeneidade, mas comungando dos mesmos princípios fundamentais, seremos mais fortes, conscientes de que o nosso sucesso é imprescindível ao êxito dos cuidados de saúde em Portugal."



A entrevista completa a Armando Carvalho e a reportagem com todos os elementos da Comissão Organizadora podem ser lidas na LIVE Medicina Interna 18, que será também distribuída no 25.º Congresso Nacional de Medicina Interna.

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