João Almeida Lopes afirma que a Saúde é um pilar de coesão dos países

“Adicionar valor ao sistema de saúde em Portugal” foi o tema da segunda conferência inserida no ciclo “Saber investir, saber inovar 2015”, que se realizou na passada terça-feira, no Centro Cultural de Belém. Para João Almeida Lopes, presidente da Apifarma, este tema resulta do reconhecimento de que a Saúde é um pilar de coesão dos países, que impacta transversalmente toda a sociedade.



“As questões da eficiência e da eficácia do Serviço Nacional de Saúde (SNS), mais do que meramente orçamentais, são também uma obrigação moral de todos os seus parceiros”, afirmou durante a sessão de abertura, que contou também com a presença de Manuel Teixeira, secretário de Estado da Saúde, acrescentando considerar que se o SNS não for eficiente pode não contribuir para ganhos em saúde e, principalmente, pode não ser justo.


No seu entender, “adicionar valor ao sistema de Saúde” exige de todos os parceiros do SNS uma nova postura e uma contínua busca para alcançar uma melhor cobertura e novos ganhos em saúde. Tendo em conta a atual conjuntura económica, a crescente complexidade das doenças e o rápido envelhecimento das populações, o presidente da Apifarma alerta para a necessidade de respostas céleres. “O SNS deve desenvolver esforços para se adaptar eficazmente, num contexto de recursos supostamente balizados”, salientou.


Segundo indicou, para a OMS, o maior desafio passa por garantir um sistema de saúde sustentável, que permita às pessoas utilizar todos os tipos de serviços de saúde – promoção, prevenção, tratamento e reabilitação –, sem incorrer em sacrifício financeiro. Contudo, para tal, Portugal tem de responder a três questões fundamentais: como reforçar a eficiência e a eficácia do Serviço Nacional de Saúde?; que políticas é necessário promover, em prol de uma Saúde competitiva, sustentável e inovadora?; e que reformas são essenciais para aperfeiçoar a sua gestão?


“Num contexto de recursos delimitados, as reformas de gestão assumem uma maior prioridade, pois, permitem criar os mecanismos necessários à manutenção de serviços eficazes e acessíveis à população”, indicou João Almeida Lopes.


E desenvolveu: “Entre estes mecanismos, destacaria o financiamento estável, uma boa governance, uma correta capacidade de valorizar os recursos, fluxos de informação de qualidade e capacidade de internacionalização.”


Para si, a avaliação das tecnologias da saúde é uma ferramenta fundamental para garantir um método comum de avaliação da eficácia das intervenções, assim como a correta valorização dos serviços e, por conseguinte, permitir aos responsáveis a atribuição de recursos de uma forma mais eficiente.

“Em Portugal, apesar do pioneirismo nesta área, há ainda um caminho a percorrer para desenvolver os mecanismos de avaliação de tecnologias de saúde enquanto instrumento eficaz para melhorar o acesso à inovação e, desta forma, apoiar o Governo numa afetação de fundos mais eficiente”, constatou.

Quanto à internacionalização da área da Saúde, João Almeida Lopes mencionou ser fundamental haver a noção de que as ciências da saúde serão sempre um dos setores mais dinâmicos da economia, dos que incorporam maior conhecimento, tecnologia e valor acrescentado e que têm também maior capacidade de criar emprego qualificado.



Após a sessão de abertura, que contou com a intervenção do secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, realizou-se uma palestra de Francisco Velez Roxo, professor e coordenador de Programas na área da Saúde da Católica Lisbon – Business & Economics, subordinada ao tema “Promover um sistema de saúde mais eficiente”.
 
De seguida, e sob a moderação de Eduardo Pinto Leite, da Direcção da APIFARMA, teve lugar a mesa redonda "Promover um sistema de saúde mais eficiente em Portugal", que contou com a participação de vários especialistas na matéria e responsáveis por diferentes entidades:
- Abel Bruno Henriques, secretário-geral da Federação Nacional dos Prestadores de Cuidados de Saúde;
- Adalberto Campos Fernandes, professor da Escola Nacional de Saúde Pública;
- Eurico Castro Alves; presidente do Conselho Diretivo do INFARMED;
- Paula Brito e Costa, presidente da Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras;
- Pedro Ortigão Correia; administrador Executivo da AICEP Portugal Global;
- Rui dos Santos Ivo; presidente da Administração Central dos Sistemas de Saúde. 



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