Internos de Oncologia recebem formação em metodologias de investigação

Terminou o primeiro módulo (Estatística) do Curso de Epidemiologia e Estatística promovido pela Sociedade Portuguesa de Oncologia (SPO), em parceria com o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), e que contou com o apoio da Pfizer. O objetivo deste curso é, segundo Gabriela Sousa, presidente da SPO, “fornecer aos internos de Oncologia as ferramentas de metodologias de investigação aplicadas à prática clínica”.

Os formandos tiveram 28 horas presenciais e 16 horas de um programa e-learning, sendo que, no último dia, teve lugar o Seminário deste módulo, com a apresentação dos trabalhos que foram desenvolvidos – a partir de uma base de dados, cada formando fez um trabalho de investigação com tratamento estatístico dos dados, com a adequada supervisão no âmbito da sua formação.

“Hoje em dia, somos confrontados com imensas publicações de estudos que testam novos fármacos e todos os dias são gerados e comunicados resultados provenientes da investigação em várias áreas da ciência, pelo que é preciso que os profissionais das áreas clínicas tenham as ferramentas que lhes permitam ter senso crítico e saber separar o que é válido do que é apenas mais um estudo”, apontou Gabriela Sousa.



“Um oncologista precisa de ter boa formação em Estatística e em Epidemiologia para comunicar os seus próprios resultados e distinguir o que traz impacto para a sua prática clínica daquilo que são estudos que não estão bem feitos metodologicamente, que têm problemas e desvios e que, por isso, comprometem a sua aplicabilidade prática”, acrescentou a presidente da SPO.

Além disso, mencionou, “a Oncologia tem uma grande componente investigacional de base e, portanto, também interessa aos colegas que estão a iniciar a especialidade adquirir este saber para melhorarem o seu desempenho nos trabalhos que têm que desenvolver”.

Maria do Rosário Oliveira Martins, professora na área da Estatística e dos Métodos de Investigação e subdiretora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical para a área do ensino, foi a formadora deste módulo. De acordo com aquela responsável, que integra a Unidade de Ensino e Investigação em Saúde Pública Internacional de Bioestatística do IHMT, “os trabalhos apresentados foram baseados em dados reais dos hospitais onde trabalham os formandos e dos seus doentes, tendo sido possível aplicar as técnicas estatísticas que aprenderam aos seus casos específicos”.

O programa e-learning foi feito com recurso a uma plataforma de ensino à distância do IHMT, baseada em tecnologias da informação, que tem o repositório de toda a informação e através da qual é possível contactar com os formandos que pertencem a vários locais do país.

Este primeiro módulo foi iniciado por 20 formandos. No entanto, por falta de disponibilidade, uma vez que incluía três sábados de 8 horas e uma parte de discussão através da plataforma de ensino à distância, apenas 14 conseguiram completá-lo.



De acordo com Maria do Rosário Oliveira Martins, o balanço deste módulo foi muito positivo. “Ficámos muito satisfeitos porque os alunos cumpriram todos os objetivos estabelecidos e, no final, conseguiram pegar numa base de dados real e percorrer as técnicas estatísticas todas que foram abordadas, souberam interpretá-las, discuti-las e mostraram a importância que aqueles resultados depois iriam ter para a sua investigação clínica”, apontou.

Avaliados os trabalhos, será selecionado o melhor para ser apresentado e publicado na revista da SPO. O segundo módulo deste curso (de Epidemiologia) inicia-se já no próximo mês de fevereiro.

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