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Infeção pelo VIH: promover a educação para a saúde nos cuidados primários

A equipa da unidade de saúde familiar (USF) St. André de Canidelo, em Vila Nova de Gaia, decidiu desenvolver uma iniciativa pouco habitual no contexto dos cuidados de saúde primários. Ao longo de duas semanas, os profissionais estão a realizar uma intensa campanha de sensibilização e informação sobre a infeção pelo VIH, explica Bruno Reis, médico interno de Medicina Geral e Familiar (MGF) desta unidade.

Em declarações à Just News, Bruno Reis esclarece que a ideia surgiu "no seguimento da preocupação da USF St. André de Canidelo e dos seus profissionais em desenvolver ações dirigidas à população, no âmbito da educação para a saúde, e enquadrá-las, sempre que possível, em datas ou períodos já estabelecidos no calendário nacional ou internacional na área da Saúde".



Por outro lado, o médico e um dos principais dinamizadores da ação, chama a atenção para o facto da infeção pelo VIH "ser ainda um tema tabu e com muitos mitos associados e, com pouca frequência, ser alvo de estratégias de intervenção direta ao nível dos cuidados de saúde primários".

É neste contexto que a equipa de saúde da USF decidiu, no início deste ano, que "iria desenvolver uma atividade dirigida ao tema VIH/SIDA. Como dia 1 de dezembro é feriado, planeámos desenvolver a intervenção ao longo de duas semanas, envolvendo uma fase de sensibilização para o tema e uma semana de rastreios gratuitos e voluntários nas instalações da USF."


Elementos do grupo de trabalho da iniciativa

Toda uma equipa envolvida

O médico salienta que o projeto, que arrancou dia 27 de novembro e termina no final desta semana, "envolve todos os grupos profissionais: médicos (especialistas e internos), enfermeiros e secretários clínicos".

No entanto, para operacionalizar a organização do evento, foi criado "um grupo de trabalho mais pequeno", que inclui médicos (Ana Rita Luza, Bruno Reis e Raquel Barros) e enfermeiros (Margarida Moreira e Paulo Mourão), "os quais elaboraram os materiais de educação para a saúde a expor e um protocolo de atuação durante a semana de rastreio". 



"Onde fazer o teste VIH?"

No âmbito desta iniciativa, são várias as mensagens divulgadas pela USF St. André de Canidelo. É recordado, nomeadamente, que “a infeção pelo VIH pode não dar sintomas durante muitos anos” e que se calcula que "1 em cada 3 pessoas com o VIH desconheça que está infetada”.

Contudo, é também partilhada uma mensagem positiva: “Se detetado precocemente, é possível ter uma esperança de vida idêntica à das pessoas não infetadas."

Além de sublinhar que o rastreio “é gratuito e confidencial”, é igualmente recordado que o teste pode ser realizado no Centro de Saúde e, para Bruno Reis, este "é, de facto, um ponto importante que queremos realçar com esta campanha!". E explica porquê:

"O teste de rastreio do VIH/SIDA está disponível e publicitado na nossa USF há já algum tempo, porém, é apenas realizado pontualmente e, na maioria das vezes, por sugestão do profissional de saúde. Através desta campanha, além de divulgarmos também os meios alternativos para a realizar, frisamos a disponibilidade da realização do teste de rastreio nas nossas instalações e na presença dos profissionais de saúde da USF, mais próximos e conhecedores do estado de saúde ou de doença de quem o solicita."



Enfermeiros com "papel relevante"

Bruno Reis faz questão de sublinhar que "cabe aos enfermeiros grande parte da intervenção". Assim, estes profissionais são os responsáveis pela "entrega de questionário anónimo e esclarecimento sobre o seu preenchimento, recolha do consentimento informado para a realização do teste, colheita de amostra sanguínea para a realização do teste, comunicação do resultado e esclarecimentos adicionais".

Na presença de resultado negativo e sem comportamentos de risco, "a intervenção termina com o contacto do enfermeiro e este assume mesmo a totalidade da intervenção. Caso surja um resultado positivo, terá necessariamente de ser ativada a observação médica para confirmação laboratorial e orientação clínica posterior".


Bruno Reis e Rute Ferreira 

Atividades complementares ao trabalho do dia-a-dia

Em declarações à Just News, a coordenadora da unidade, Rute Ferreira, sublinha que a equipa da USF St. André de Canidelo "tem procurado desenvolver este tipo de iniciativas com alguma regularidade" e recorda que, este ano, foi também assinalado "o Dia Mundial da Saúde, que coincide com a data do nosso aniversário, a semana da Alimentação Saudável e o Dia Mundial da Diabetes".

A médica de família explica que, no início de cada ano, "costumamos escolher, em equipa, os dias que vamos assinalar durante o ano, sendo que procuramos envolver todos os grupos profissionais e, também, os alunos que temos, na altura, em formação connosco".

Segundo Rute Ferreira, a Educação para a Saúde "é um dos pilares dos cuidados que procuramos prestar aos nossos utentes. Estes dias ´especiais` permitem-nos realizar atividades diferentes e abrangentes, complementando o trabalho que desenvolvimentos no dia-a-dia."

Quanto ao próximo ano, ainda não foram escolhidos os temas, mas deixa uma certeza: "a área da promoção de estilos de vida saudáveis será, com certeza, contemplada".


Relativamente a esta iniciativa, que decorre ainda até final da semana, Rute Ferreira destaca a reação dos utentes que, "na generalidade, apreciam muito este tipo de iniciativas".

De acordo com a coordenadora da USF St. André de Canidelo, dificilmente os resultados poderiam ser mais positivos: "Os utentes têm estado recetivos às informações prestadas, têm pedido para fazer o teste e abordado o assunto nas consultas, quer médicas quer de enfermagem". 




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