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Imunoalergologia: Congresso europeu em Portugal «foi o maior de todos nos 70 anos da EAACI»

O balanço do Congresso realizado em Portugal pela European Academy of Allergology and Clinical Immunology (EAACI) não podia ser melhor.

“Fizemos história na Imunoalergologia portuguesa, uma vez que este congresso anual foi o maior de todos na já longa história dos cerca de 70 anos da EAACI”, afirma Luís Delgado, o presidente local do evento que reuniu imunoalergologistas de todo o mundo no início deste mês, em Lisboa.

Em entrevista à Just News, o médico admite que este “balanço muito positivo” implicou “inspiração e alguma transpiração”. Luís Delgado sublinha a relevância da reunião, adiantando alguns números:



“Tivemos a participação de 8600 congressistas, de 106 nacionalidades diferentes, 375 conferencistas e moderadores, também de todas as regiões do globo, e mais de 2000 trabalhos." 

"Excelente equilíbrio de géneros"

Outro dos objetivos alcançados é o que Luís Delgado denomina de “excelente equilíbrio de géneros", com 44% de conferencistas ou moderadoras nas sessões científicas. “Trata-se de uma proporção bastante positiva atendendo que, de acordo com as últimas estatísticas disponíveis da Unesco (2018), a média de mulheres no total de investigadores em 41 países europeus é de cerca de 37%”, corrobora.



Um evento com esta dimensão acaba por ter repercussões na Imunoalerglogia portuguesa, como indica. “Reforçou claramente o reconhecimento internacional do nível diferenciado da especialidade médica de Imunoalergologia em Portugal e, paralelamente, a nossa capacidade de trabalho de equipa, eficácia, flexibilidade e, claro, hospitalidade, que também foram componentes bem reconhecidos por todos os participantes.”

Questionado sobre as mais-valias, como médico e professor, ao estar envolvido na organização de um evento desta dimensão, destaca a experiência em si.

“Especialmente o aumento da capacidade de trabalho multidisciplinar e em equipa de todos aos colaboradores do comité organizador local e de toda a equipa internacional, mesmo nos momentos mais adversos, potenciando a sua autoestima, já que a qualidade e nível de topo da Imunoalergologia portuguesa ficou bem expressa e reconhecida. Acho que vivemos momentos e experiências inspiradoras nestes dias.”

Novos instrumentos para uma "medicina estratificada e personalizada"

Quanto à temática central, “Mapping the New World of Allergy”, Luís Delgado realça os enormes desenvolvimentos que se têm feito sentir nas ciências médicas e no mapeamento de novas vias patogénicas e no mecanismo das doenças.


Luís Delgado

“Na nossa área específica de Alergologia e Imunologia, estamos a assistir ao mapeamento de alergénios e da sua estrutura, aos endótipos das doenças alérgicas, a novos tratamentos biológicos, e até a um maior detalhe dos mecanismos subjacentes a patologias tão frequentes como a asma, rinite e alergia alimentar", refere o especialista.

Segundo o médico, esta realidade permite, por exemplo, "o mapeamento de genes, proteómica, metabolómica, processamento de ´big data` e todos estes novos instrumentos vão-nos conduzir cada vez mais à medicina estratificada e personalizada nas doenças alérgicas e imunológicas”.

“Uma experiência que fica para a história da SPAIC”


Para a presidente da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), Elisa Pedro, a realização do congresso em Portugal foi, inevitavelmente, uma boa notícia:

“Sendo o congresso anual da EAACI o maior evento mundial nesta área, o facto de se realizar em Portugal foi sem dúvida uma honra e um orgulho para a SPAIC e veio reforçar a visibilidade internacional da Imunoalergologia portuguesa.”

A responsável realça também a “participação muito ativa” de membros da SPAIC na comissão organizadora local, nomeadamente na Clinical Village, constituída por 15 estações temáticas, na qual colaboraram vários sócios e jovens imunoalergologistas portugueses.


Elisa Pedro

“Estiveram envolvidos em demonstrações práticas de vários temas e a Rede Portuguesa de Aerobiologia da SPAIC também esteve representada com as contagens polínicas diárias durante o congresso, com um stand onde se puderam observar os vários pólenes e fungos da atmosfera, além de um outro stand na zona da National Society Village.”

Elisa Pedro destaca ainda a colaboração com a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia na organização do Luzo-Brazilian Day, que decorreu no primeiro dia do congresso, com a realização do XVIII Encontro da Sociedade Luso-Brasileira de Alergia e Imunologia Clínica (SLBAIC). “Permitiu estreitar relações institucionais e a partilha científica entre os membros das duas sociedades”, frisa.



Além da ligação ao Brasil, a SPAIC colaborou com a Sociedade Espanhola de Alergologia e Imunologia Clínica, num simpósio conjunto no âmbito dos Sister Society Symposia.

Para Elisa Pedro, não restam dúvidas: “Foi uma experiência que fica para a história da SPAIC.”  No final do congresso ficou-se a saber que o próximo terá lugar entre 6 e 10 de junho, em Londres, Inglaterra.

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