Fernanda Águas: «Entrei para Medicina com o objetivo de um dia ser ginecologista»

Entre tantas especialidades médicas, Fernanda Águas, presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG), sociedade que comemora o seu 40º aniversário, explica à Just News que a sua escolha "foi fácil" e que, quando entrou para Medicina, "foi com o objetivo de um dia ser ginecologista/obstetra."

Numa entrevista de fundo, publicada na edição especial de Women`s Medicine, dedicada aos 40 anos da SPG, Fernanda Águas explica que "embora, inicialmente, a minha preferência fosse pela Obstetrícia, ao fazer a parte do internato da especialidade correspondente à Ginecologia, cedo verifiquei que a diversidade de áreas de interesse desta especialidade a tornavam fascinante. O meu gosto pela cirurgia acabou também por ser determinante, porque na Ginecologia pode aplicar-se uma grande diversidade de técnicas cirúrgicas, ao passo que a Obstetrícia fica praticamente limitada às cesarianas."

Quanto a conciliar a vida familiar com a intensa vida profissional, a diretora do Serviço de Ginecologia da Maternidade Bissaya Barreto reconhece que "nem sempre é fácil, sobretudo quando se tem filhos ainda pequenos". E acrescenta que, no seu caso, a situação "foi um pouco mais complicada dado que, nesses primeiros anos, tinha o marido a trabalhar no estrangeiro e a família estava longe. Esta situação fez com que tivesse optado, desde o início, por trabalhar no hospital em regime de dedicação exclusiva, para melhor conciliar trabalho e família." Mas, e em jeito de balanço, não tem dúvidas em afirmar: "Quando se trabalha com gosto, todo o esforço compensa."
 


O 13.º Congresso Português de Ginecologia, que se realizará entre os dias 4 e 6 de junho, em Espinho, local onde tiveram lugar as primeiras edições do encontro, assinala uma data importante na história da Sociedade e, a esse propósito, será lançado um livro que começou a ser preparado no último semestre de 2014. A presidente da SPG explica a sua importância e o trabalho que envolveu a organização de todo o espólio documental:

"Foi um esforço grande de muitos intervenientes, entre os quais me permito destacar os anteriores presidentes. O livro surgiu da necessidade de deixar alguma coisa escrita para as futuras gerações. Passados 40 anos, é importante que os associados mais jovens conheçam as raízes e a história da SPG. A aquisição de uma sede durante a presidência do Prof. Martinez de Oliveira permitiu fazer uma recolha dos documentos que se encontravam dispersos por diferentes locais, nomeadamente nas residências de antigos membros das direções."

Sociedade de Ginecologia pretende "estreitar relações e colaborar com outras sociedades"

O diálogo da SPG com outras sociedades é um dos vários temas abordados na entrevista. Fernanda Águas adianta que "queremos estreitar relações e colaborar com outras sociedades, pois, a diversidade e multidisciplinaridade enriquece-nos a todos. É chegado o momento de tomar a iniciativa, de sermos mais pró-ativos."

Acrescenta que "há que pensar em fazer coisas especificamente para outras especialidades. Estou a pensar, por exemplo, na Medicina Geral e Familiar, porque é nos cuidados primários que começa o atendimento à mulher. Outra área que temos que explorar é a da ligação e colaboração com países de língua portuguesa." 

E recorda que, este ano, "já houve um congresso que juntou ginecologistas de Portugal e Moçambique. A iniciativa partiu da Associação dos Médicos Ginecologistas e Obstetras Moçambicanos, tendo a SPG participado ativamente na organização e nas palestras deste congresso."

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