Nova aplicação «eu+» vai permitir que o doente tenha um papel mais ativo na gestão da sua saúde

“eu+” é o nome da nova aplicação para smartphones desenvolvida pela MedicineOne, que tem como objetivo capacitar o doente e dar-lhe um papel mais ativo na gestão da sua saúde e que estará disponível já a partir do próximo dia 29 de fevereiro.

À margem da cerimónia de apresentação desta nova aplicação, que se realizou a 28 de janeiro, na Fundação Champalimaud, João Miguel, fundador da MedicineOne, afirma, em declarações à Just News, que “o doente tem um papel central na prestação de cuidados de saúde, porém, muito passivo”.



No seu entender, o utente tem de compreender melhor as suas doenças e o plano terapêutico que lhe é instituído. “Só dessa forma vai poder ser um parceiro do médico e colaborar de forma a garantir que, de facto, se atinja o objetivo de melhorar e recuperar de um possível problema de saúde”, observa.

O eu+ é uma aplicação que funciona num telemóvel iPhone ou Android e que dá ao doente muitas capacidades que não tinha até então. Em primeiro lugar, disponibiliza-lhe informação relevante sobre o seu processo clínico, como patologias, alergias, terapêuticas, resultados das análises, biometrias, entre outros. “Isto faz com que o doente possa ter consigo informação relevante para que seja devidamente atendido.”

Outra característica importante é o estabelecimento de um novo canal de comunicação, através de mensagens, que doentes e profissionais podem trocar entre si. “Com o eu+ a troca de informação entre utente e médico fica integrada no processo clínico, tal como a que é registada nas consultas”, observa João Miguel.

Além disso, o responsável da MedicineOne considera que este contexto de troca de mensagens é “menos intrusiva” para o profissional de saúde. “Há médicos que gostam de estar disponíveis para os seus doentes e, neste momento, a única forma que têm é dando-lhes o seu número de telemóvel. Esta nova App permite-lhes estar igualmente contactáveis, mas sem necessidade de atender telefonemas”, observa João Miguel.



O eu+ tem ainda a funcionalidade dos “lembretes”, para que o utente não se esqueça de tomar os medicamentos. De acordo com o nosso entrevistado, isto é importante também para a unidade de saúde porque, ao receber o alerta, o indivíduo pode colocar na aplicação se os tomou ou não.

“Isto vai permitir ao médico, pela primeira vez, ter a noção do nível de adesão do doente, a cada tratamento”, mencionou, acrescentando ser uma característica inovadora. 

Neste sentido, pode afirmar-se que o eu+ é uma extensão ao médico e ao enfermeiro, ajudando a melhorar a adesão ao plano terapêutico instituído.

Uma "revolução" progressiva

No dia 29 de fevereiro, toda a comunidade do My MedicineOne (aplicação de gestão clínica simplificada usada por mais de 13.000 profissionais clínicos) irá receber uma nova versão, já com o eu+, e na App Store e Google Play vão estar disponíveis as aplicações para que os doentes as possam descarregar e utilizar. Os clientes podem, desde o dia 28 de janeiro, contactar a MedicineOne para requisitar a atualização.

A adesão ao serviço é um processo simples, tanto para as unidades como para os utentes. Para tal, basta que o médico ative o serviço e defina as regras de partilha para com o doente, que deverá registar-se na App. Posteriormente, e por motivos de segurança, terá de dirigir-se às instalações da unidade de saúde para efetuar a ligação presencialmente.

“Não tenho dúvidas de que o eu+ é uma mais-valia. É uma aplicação inovadora, uma revolução. Vai ter uma adesão progressiva. Contudo, estou certo de que este é o futuro”, salienta.

Desenvolvimento de "projetos inovadores a nível mundial"

A MedicineOne está a trabalhar em parceria com o Centro de Estudos Baseado em Evidência, coordenado por António Vaz Carneiro, estando neste momento a desenvolver alguns “projetos inovadores a nível mundial”. 

“Temos planos muito ambiciosos, mas algo complexos. Contudo, consideramos que vale a pena prosseguir porque terão um impacto muito grande na vida dos doentes e na qualidade dos cuidados que as unidades de saúde podem prestar”, indica João Miguel.

E conclui: “O Centro de Estudos Baseado em Evidência é um parceiro fundamental, o seu know-how associado ao nosso permite-nos levar a cabo projetos que considero extraordinários.”

A cerimónia de apresentação do eu+ realizou-se a 28 de janeiro, na Fundação Champalimaud, em Lisboa. O evento contou com a presença de mais de 200 convidados, entre médicos, gestores hospitalares, presidentes de administrações regionais de saúde e representantes dos maiores grupos empresariais portugueses, entre outros clientes da MedicineOne.