Escola de Outono da APMGF: um êxito consolidado

Mais de uma centena de formandos, oriundos de várias zonas do país, participaram na Escola de Outono – Edição de 2014 - da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) realizada, entre os dias 19 e 22 de novembro, na Praia da Consolação. José Nunes, coordenador pedagógico da APMGF, explica que “o objetivo é preparar os formandos em diversas vertentes".

Há mais de 20 anos que jovens médicos de família e internos de MGF se juntam naquele que tem sido um espaço que se define como sendo de grande aprendizagem, dado que na perspetiva de José Nunes, “o objetivo é preparar os formandos em diversas vertentes porque o especialista de MGF deve ver o doente no seu todo”. Seguindo a sua linha de raciocínio reforça que “50% dos doentes que se dirigem às consultas de MGF apresentam sintomas, mas no fundo não têm nenhuma doença”.

A Escola, que já existe há mais de 20 anos, começou por ser um evento anual, mas dada a sua importância e relevância passou a decorrer semestralmente. “A filosofia que está na base das escolas é promover o convívio e, ao mesmo tempo, a aprendizagem”, explica.

Mais uma vez, esta Escola de Outono cativou os formandos porque decorreram sete cursos (Curso Urgências pediátricas; Curso aconselhamento em Cuidados de Saúde Primários; Curso Comunicação na consulta de MGF; Curso Cuidados Paliativos; Curso Reumatologia em MGF; Curso Campo de treino: leitura crítica de artigos científicos; Curso Doenças Respiratórias) que se pautaram por uma importante componente teórica e prática.


MF devem prestar cuidados continuados

A opinião acerca do sucesso da Escola também é partilhada por Jaime Correia de Sousa, coordenador científico do Curso de Doenças Respiratórias. “A ideia passa por melhorar as competências dos médicos de família na abordagem das doenças respiratórias crónicas.”

Neste Curso, a asma, a rinite alérgica e a DPOC estiveram em destaque, havendo ainda uma breve passagem pelo tabagismo.

“Os formandos receberam informações sobre as normas de orientação, foram apresentados casos clínicos, houve treino de competências específicas, nomeadamente o treino de interpretação de espirometrias, assim como do uso dos dispositivos inalatórios para a asma e para a DPOC”, descreveu. É fundamental insistir para que “estes especialistas assumam cuidados continuados aos seus doentes de uma forma integral”.

“Não há dúvida de que as novas gerações de MF que têm passado pelas Escolas promovidas pela APMGF possuem hoje competências específicas para o tratamento de um leque muito amplo de doenças”, termina.

A mesma opinião também é partilhada por Jaime Branco, um dos coordenadores científicos do Curso Reumatologia em MGF.


Em declarações à Just News lembrou que este Curso tem vindo a ser constante na Escola de Medicina Familiar. “Já colaboro, em conjunto com a Dr.ª Manuela Costa, há 11 anos consecutivos. Apesar de funcionar num regime de internato verifica-se que há um grande entusiasmo para aprender”.

A informação e a formação dos MF é fundamental no que diz respeito ao seguimento dos doentes reumáticos, como também é relevante na vertente do diagnóstico e envio precoce para consultas de reumatologia.

Apesar de considerar que é necessário formar globalmente, reitera que existem patologias em que a informação sobre as mesmas é maior. “Do que se percebe a osteoporose é uma patologia cuja informação é substancial quanto ao diagnóstico, verificando-se a existência de algumas dúvidas no campo da terapêutica”.

“Os doentes com artrose, osteoporose, gota úrica, fibromialgia, assim como outras artropatias microcristalinas, que não apresentem complicações, podem ser perfeitamente tratados e seguidos pelos especialistas de MGF”, conclui.

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