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Doenças autoimunes: formar mais médicos para «evitar atraso no diagnóstico»

A iniciativa é de um grupo de médicos da Unidade de Doenças Autoimunes do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central (CHULC). O Curso Clínico de Autoimunidade, cuja 5.ª edição se realizou a semana passada, na Nova Medical School, tem vindo a suscitar um crescente interesse e adesão de médicos internos.



A principal motivação deste projeto formativo é explicada de forma muito clara por Ana Margarida Antunes, especialista em Medicina Interna no Hospital Curry Cabral - CHULC: "As doenças autoimunes não são frequentes, mas existem, daí que seja importante conhecê-las melhor para que se possa diagnosticar mais cedo.”

Diferentes especialidades, várias regiões do país

“Inicialmente apenas participavam internos do CHULC, mas apercebemo-nos do interesse de colegas de outras zonas do país e, este ano, tivemos pessoas de Matosinhos, da Guarda, de Santarém …”, afirma a médica, que integra a comissão organizadora desde a segunda edição e que ainda participou da primeira como preletora.


Ana Margarida Antunes

Este interesse de mais médicos pelas doenças autoimunes "é uma boa notícia" e fácil de compreender, afirma Ana Margarida Antunes:

“São patologias multisistémicas e é muito importante que o médico esteja atento a alguns sinais de alarme, quer na consulta como na urgência, para que se evite o atraso no diagnóstico, com todas as implicações que isso acaba por ter na qualidade de vida dos doentes.”

Além de serem abordadas as principais doenças autoimunes, também são tratados outros temas no Curso. “Geralmente, a principal dúvida é o diagnóstico, sobretudo que exames complementares devem ser pedidos e para quem se deve referenciar, daí que também tenhamos no programa uma palestra sobre Laboratório”, observa.



O balanço desta última edição não podia ser melhor. “Tivemos 60 inscritos, é um número recorde, o que só demonstra que o curso é cada vez mais do interesse dos internos, quer sejam os de Medicina Interna como os de outras especialidades. Contámos, por exemplo, com a presença de colegas de Hematologia, Oftalmologia, Dermatologia”.



"todos os médicos deviam ter formação nesta área"


Alina Ionita é uma das formandas e exemplo de como as doenças autoimunes são do interesse de diferentes especialidades, não se cingindo à Medicina Interna. Médica interna de 4.º ano de Hematologia no IPO de Lisboa, inscreveu-se para "conhecer melhor este tipo de patologias".

“Algumas doenças do foro hematológico têm manifestações de autoimunidade, por isso é importante ter mais conhecimentos, para que possa estar mais alerta quando se faz o diagnóstico diferencial”, afirma.

E acrescenta: “Independentemente da especialidade, todos os médicos deviam ter formação nesta área para que o diagnóstico possa ser mais atempado.”


Alina Ionita e Filipa Cardoso

Outra das formandas do curso é Filipa Cardoso, interna do 2.º ano de Medicina Interna no Hospital de S. José – CHULC. “Tendo em conta que a Medicina Interna engloba quase todas as patologias, achei por bem aprofundar os meus conhecimentos em doenças autoimunes, que são uma área muito cinzenta.”

Estando num hospital com 8 Enfermarias de Medicina, Filipa Cardoso não tem dúvidas de que este curso "acaba por ser um importante complemento".

Para breve... um curso para médicos de família

Face à "boa aceitação do curso", Ana Margarida Antunes adianta que, além de futuras edições, em breve será lançada uma formação específica para a Medicina Geral e Familiar, uma ideia que surgiu já o ano passado e que tem vindo a ganhar consistência:

“Estamos já a trabalhar nesse sentido, já que os médicos de família são os que conhecem melhor os doentes e os que analisam as primeiras queixas.”


Intervenção de António Marinho por videoconferência

O Curso contou também com a participação de um cojunto de formadores que foram convidados para partilhar as suas experiências: António Marinho, coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, Nuno Riso, internista e ex-coordenador do Núcleo, Carla Noronha, coordenadora da Consulta de Doenças Autoimunes do Hospital Beatriz Ângelo, e João Lopes Dias, radiologista do CHULC.


Comissão Organizadora, que integra especialistas do hospitais de Curry Cabral e de Santo António dos Capuchos: Rita Ribeiro, Ana Catarina Rodrigues, Marta Moitinho, Ana Margarida Antunes e Vera Bernardino (ausente na foto: Paulo Barreto).

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