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Coenzima Q10 reduz mortalidade por doença cardiovascular

A utilização de suplementos de selénio e coenzima Q10 pode reduzir a mortalidade por doença cardíaca em 50% em idosos, segundo um estudo sueco. O tema foi abordado numa conferência da PharmaNord, que se realizou em Portugal e que contou com a presença de Urban Alehagen, professor associado de Cardiologia do Departamento de Medicina Cardiovascular da Linkoping University da Suécia.

Urban Alehagen apresentou, no evento, o estudo “Intervention with selenium and Q10 on cardiovascular mortality and cardiac function – the KiSel-10 study” e explicou à Just News que “os participantes no estudo que receberam suplementos de levedura de selénio (200 mcg) e coenzima Q10 (200 mg) tiveram uma taxa de mortalidade por doença cardiovascular 50% inferior, comparativamente com o grupo placebo”.

Além deste resultado, “os participantes do primeiro grupo demonstraram ter níveis bastante mais baixos de NT-proBNP, um marcador bioquímico de doença cardiovascular”.

O estudo, aleatório e controlado com placebo, teve a duração de cinco anos, envolveu 443 suecos saudáveis com idade compreendida entre os 70 e os 88 anos e foi realizado por investigadores da Universidade de Linkoping e do Hospital Universitário Karolinska. Foi agora publicado no International Journal of Cardiology.

De acordo com o presidente da Sociedade Portuguesa de Aterosclerose (SPA), Alberto Mello e Silva, “as estatinas são medicamentos utilizados no tratamento das dislipidemias, mas um dos efeitos adversos da sua utilização é a ocorrência de miopatia, desde as mialgias à miosite e, mais raramente, à rabdomiólise. Para os minimizar, um suplemento de coenzima Q10 pode ser mais uma ajuda na solução”.

O responsável referiu, em declarações à Just News, que “a coenzima Q10 já é conhecida há muito tempo na área da Medicina e, neste momento, esta nova formulação e posologia disponíveis do Q10 suplementados ao uso regular de estatinas é uma possível forma de evitar que os doentes desistam da terapêutica quando surgem sintomas de miopatia atribuídos ao uso das estatinas”.

A prescrição destes medicamentos tem aumentado e “são essenciais na prevenção de acidentes cardiovasculares”, como refere o presidente da SPA, logo “todas as inovações que surjam para melhorar a aceitação desta classe de fármacos são bem-vindas”.

Questionado sobre o receio que os profissionais de saúde possam ter em receitar suplementos, Alberto Mello e Silva responde que “não se trata de receio”. E explica porquê: “Os médicos gostam de trabalhar com informações baseadas na Medicina da Evidência para terem a certeza de que estão a ajudar os doentes a ter mais saúde e melhor qualidade de vida.”  Relativamente à coenzima Q10, sublinha os “resultados positivos de estudos experimentais e de pequenos ensaios clínicos”.

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