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APAH vai lançar programa «essencial para a dinamização da investigação em saúde nos hospitais»

Os hospitais ainda têm dificuldades operacionais para promover a investigação em saúde, incluindo a gestão e promoção de ensaios clínicos. Esta foi, segundo Alexandre Lourenço, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), uma das conclusões da 1.ª Conferência de Valor da APAH, que decorreu, durante dois dias, em Ílhavo.

Em declarações à Just News, Alexandre Lourenço referiu que “os hospitais têm que profissionalizar esta área de atividade, de forma a responder às solicitações das empresas farmacêuticas e de dispositivos médicos no desenvolvimento de ensaios promovidos por estas, mas também em estudos de iniciativa do investigador. Trata-se de uma área de elevado potencial económico para os hospitais portugueses e para as regiões onde estão inseridos”.



Na conferência, onde marcaram presença representantes de cerca de 70% dos conselhos de administração dos hospitais do país e muitos responsáveis da chamada gestão intermédia, foi evidenciada a necessidade de evolução e dinamização da investigação em saúde, tendo sido realçada a importância que os administradores hospitalares têm nessa dinamização, nomeadamente através de uma lógica de desenvolvimento de uma cultura de investigação nos hospitais.

PALAIS "vai ser essencial para a dinamização da investigação"

Alexandre Lourenço realçou a necessidade que existe de formação de gestores hospitalares nesta área, tendo adiantado que a APAH e a Nova Medical School, com o apoio da Apifarma, vão lançar, a partir do próximo mês de maio, o Programa Avançado para a Liderança e Administração em Investigação em Saúde (PALAIS).



O presidente da APAH acredita que “este programa vai ser essencial para a dinamização da investigação em saúde nos hospitais, permitindo colmatar a falta de capacidades nesta área”.

Aquele responsável sublinhou também a importância da investigação em saúde para fazer evoluir o modelo hospitalar e responder às necessidades dos doentes, garantindo que “um hospital que tenha mais investigação é um hospital que responde com melhor qualidade às necessidades dos doentes”.




Novos modelos de contratação com gestão partilhada


Na 1.ª Conferência de Valor da APAH falou-se também sobre os novos modelos de contratação com gestão partilhada. Segundo Alexandre Lourenço, as novas parcerias podem ser muito úteis para a melhoria da qualidade da prestação dos doentes, nomeadamente num contexto em que os hospitais têm grandes limitações do ponto de vista de capital para investimento.

“Os hospitais têm muito equipamento que está obsoleto e que precisa de renovação urgente, pois, coloca em risco a qualidade e a segurança dos cuidados prestados. É, portanto, necessário um forte investimento nos hospitais para substituir ou atualizar este equipamento”, afirmou.



De acordo com o presidente da APAH, muitos administradores hospitalares presentes no evento afirmaram que, em muitos casos, o que estão a fazer é apenas substituir o que é mais premente.

“Estas parcerias são alargadas (de 5 a 10 anos). Na prática, faz-se uma subcontratação que pode permitir a colocação, manutenção e operação de equipamento moderno, que se mantém atualizado pelo período de vigência do contrato, sendo amortizado ao longo deste período em que os hospitais não necessitarão de capital de investimento”, explicou.



Na conferência, abordou-se, também, a necessidade de melhoria das competências da gestão intermédia dos hospitais na área de contratação pública, tal como de um trabalho mais aprofundado entre os hospitais, os auditores e as entidades respetivas para encontrar as melhores soluções para os hospitais avançarem para este tipo de contratos.

Para isso, mencionou, “também é necessário existir junto da tutela – Ministério da Saúde e Ministério das Finanças – maior celeridade na aprovação de encargos que abranjam mais do que um ano civil (plurianuais)”.



Alexandre Lourenço com os responsáveis pela liderança dos dois maiores centros hospitalares do Porto e Lisboa - António Oliveira e Silva e Carlos Martins, presidentes dos Conselhos de Administração do Centro Hospitalar de São João e do Centro Hospitalar Lisboa Norte.

Este tipo de contratos abrange não só as áreas típicas da Radiologia, mas também outras em que já existe alguma tradição, como, por exemplo, a limpeza, a lavandaria, a alimentação e até do ponto de vista dos sistemas de informação, equipamentos e prestações de cuidados de saúde.

“Junto do Ministério da Saúde tem existido a abertura para aliviar os prazos e encontrar as melhores soluções que respondam às necessidades dos hospitais e do erário público. Estamos confiantes que esta estratégia vai-nos levar a proporcionar aos doentes e aos profissionais de saúde melhores condições de trabalho, equipamentos modernos e também reduzir os custos operacionais”, referiu.




O evento foi presidido por Fernando Silva, administrador hospitalar da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, tendo contado com cerca de 130 participantes.



Esta foi a primeira de um conjunto de três “Conferências de Valor APAH” que a Associação está a organizar este ano. A próxima terá lugar em junho, no Porto.


Direção da APAH
Atrás: Miguel Lopes, Emanuel Barros, Eduardo Castela.
À frente: Victor Herdeiro, Margarida Ornelas, Alexandre Lourenço, Bárbara Carvalho, Manuel Cabral.



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