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«Ainda há muito para inovar nas USF», afirma Bernardo Vilas Boas

Presidente da Direção da USF-AN (Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar) desde a sua fundação, Bernardo Vilas Boas não poupa críticas ao atual Governo, que acusa de nunca ter assumido a reforma de alma e coração. A poucos meses de concluir o mandato, reconhece que o prestígio dos CSP (Cuidados de Saúde Primários) subiu muito, mas admite que há valores na associação que precisam ser potenciados e que há ainda muito para inovar nas USF.

Em entrevista à Just News, publicada no Jornal do 7º Encontro Nacional das USF, evento que está a decorrer em Aveiro, Bernardo Vilas Boas aborda várias temáticas, nomeadamente as próximas eleições na USF-AN, confirmando que não se recandidata:

"Estamos no fim do segundo mandato e vamos completar seis anos de direção. Justifica-se não nos candidatarmos porque, numa associação multiprofissional que surge para dar corpo e contribuir para uma reforma, faz sentido haver novas lideranças, rotatividade. Na minha perspetiva, há vários profissionais com condições para criar uma boa equipa e dar um novo impulso à Associação, esperando que isto corresponda a um impulso da própria reforma."

Considera Bernardo Vilas Boas que o termo do mandato "é o fim de um ciclo e o início de outro" e que existirão "fatores comuns e fatores de diferenciação", destacando as características próprias da USF-AN: "é única no país, até porque associa três profissões, e transporta uma cultura nova, assente na cooperação, na solidariedade e numa visão de criar bem-estar para os cidadãos. São valores próprios das USF, que a Associação incorporou e que podem ser potenciados e aos quais é preciso dar seguimento." Em termos de evolução tecnológica, o responsável considera que "há muito para inovar em matéria de comunicação, de participação e de transparência."

Questionado sobre o futuro do modelo B das USF, o presidente da Direção da USF-AN afirma que, "a nível da Associação, neste momento, achamos que o modelo B deve ser tendencialmente o modelo padrão das USF" e explica:

"Isto porque um servidor público tem que ser valorizado em termos de carreira e naturalmente também do ponto de vista material, ou seja, tem que demonstrar competências crescentes, desempenho e tem de ser bem pago. Se não pagarmos bem aos profissionais que prestam serviços públicos, sejam médicos, enfermeiros, secretários clínicos, professores, juízes, etc., não conseguimos ter qualidade e responsabilidade. Mas chega pagar? Não, é preciso um misto: motivação, reconhecimento do mérito e melhoria contínua – formação e avaliação –, além da remuneração."

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