Acesso à classificação de doentes agudos internados em Medicina Interna «é muito importante»

Esta é uma reivindicação do presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), João Araújo Correia, apresentada na abertura da XXVI Reunião Anual do NEDAI, que começou esta terça-feira, em Guimarães. Recordando que este foi o primeiro núcleo da SPMI a constituir-se, sublinha que a área da autoimunidade está em constante desenvolvimento.

Tendo o Núcleo de Estudos de Doenças Autoimunes da SPMI sido o primeiro a organizar-se, João Araújo Correia, presidente da SPMI, salienta que este grupo “abriu caminho a uma nova forma de pensar a Medicina Interna, sem cair na balcanização, como muitos temiam”. Como destaca, “o NEDAI mostrou que era possível ser-se um internista de excelência numa área específica sem perder as capacidades inerentes ao generalista”.


João Araújo Correia

Considerando que “a melhor afirmação da competência numa área do saber é a demonstração do número de doentes que nos procuram e a quem damos uma resposta de excelência”, o também diretor do Serviço de MI do Centro Hospitalar Universitário do Porto frisa que “é muito importante que a ACSS forneça à SPMI os Grupos de Diagnóstico Homogéneos dos doentes tratados pelos serviços de MI”.

Estes GDH traduzem-se num sistema de classificação de doentes internados em hospitais de agudos, que agrupa doentes em grupos clinicamente coerentes e similares do ponto de vista do consumo de recursos.

No entanto, adianta que este pedido tem vindo a ser recusado desde 2018, enquanto no nosso país vizinho esta é uma prática corrente com a Sociedade Espanhola de Medicina Interna. Por isso mesmo, solicitou diretamente ao Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, que intercedesse pela SPMI junto da ACSS.

Definindo as doenças autoimunes como “patologias sistémicas, o que, muitas vezes, redunda em doentes complexos e polipatológicos”, João Araújo Correia entende que “só o internista pode evitar que o doente tenha de passar pelo calvário das múltiplas especialidades para ter um tratamento integral de qualidade”.


Retrato da última edição realizada integralmente em formato presencial, em 2019

“Sedentos de ciência discutida e partilhada”, o presidente da SPMI reitera que “na autoimunidade, somos sempre esmagados pela enormidade do que desconhecemos”, sendo certo que “a curiosidade faz parte de nós, internistas, pelo que basta-nos pedir para que ela não esmoreça nunca”.

Estas foram algumas das ideias partilhadas por João Araújo Correia na Sessão de Abertura da XXVI Reunião Anual do NEDAI, que contou também com as intervenções de António Lacerda Sales, Secretário de Estado Adjunto e da Saúde, e de Domingos Bragança, presidente Câmara Municipal de Guimarães. Mas não só.



No arranque do evento marcaram igualmente presença Pedro Cunha, presidente do Colégio da Especialidade de Medicina Interna, Jorge Cotter, diretor de Serviço de Medicina Interna do Hospital da Senhora da Oliveira (HSO), em Guimarães, António Marinho, coordenador nacional do NEDAI, Glória Sousa Alves, presidente do Congresso, e Henrique Capelas, presidente do Conselho de Administração do HSO.

Em simultâneo com a XXVI Reunião Anual do NEDAI, decorreu o VII Congresso Nacional de Autoimunidade. Este evento científico começou esta terça-feira e estende-se até sábado, em Guimarães.


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