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A reforma dos cuidados de saúde primários «vai desenvolver-se»

Em entrevista ao Jornal Médico, José Aranda da Silva, farmacêutico, membro do Conselho de Administração da Fundação Saúde e ex-bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, fala da “preocupante” situação vivida pelas áreas da saúde e farmacêutica.

Considera que em ambas foram tomadas medidas menos corretas, mas acredita que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) português vai continuar a ser um exemplo e que a reforma dos cuidados de saúde primários (CSP) – "a parte mais importante do sistema – vai desenvolver-se".

Na sua opinião, "os CSP a porta de entrada do sistema e o seu bom ou mau funcionamento vai condicionar todo o sistema. Se há reforma recente na Saúde com grande impacto e que é um muito bom exemplo é a dos CSP, que envolveu os profissionais, foi feita, também, com os cidadãos e cujos resultados estão a ser extremamente positivos."

Acrescenta ainda que, "mais do que nunca, num período de crise, os CSP são importantes. São a porta de entrada e de contacto com o cidadão e percecionam o que está a acontecer perante o impacto que as crises, inevitavelmente, têm no sistema de saúde. Por outro lado, a reforma iniciada há cerca de dez anos, com a criação das USF, é, na minha opinião, a mais importante reforma do Estado operada no último século."

Entre outros temas abordados na entrevista, José Aranda da Silva dá a sua opinião relativamente ao novo sistema de avaliação de tecnologias em saúde - "uma medida bastante positiva", às diversas alterações e evoluções relacionadas com o exercício profissional do farmacêutico e à forma como a crise teve "aspetos muito positivos", referindo que "um deles foi a tomada de medidas que aumentassem a eficiência do sistema de saúde a nível da organização e da promoção do mercado de medicamentos genéricos".

Partilha também a sua experiência de quando esteve à frente da Direção-Geral dos Assuntos Farmacêuticos (DGAF) e de quando foi o primeiro presidente do Infarmed.

A entrevista termina com José Aranda da Silva a destacar que o contributo do farmacêutico "na correta utilização de medicamentos, evitando o seu uso incorreto, detetando os seus efeitos adversos, deve ser desenvolvido de forma organizada e articulada com o SNS.  A sua ação como profissional qualificado, com dispersão geográfica única entre as profissões de saúde, deve ser aproveitada na prevenção da doença e na promoção da saúde."

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