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«A diabetes tipo 2 é uma doença com necessidade de intervenção holística da Medicina Interna»

"A diabetes tipo 2 tornou-se global e multimetabólica", afirma Estevão Pape, coordenador do Núcleo de Estudos de Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI).

Na sua opinião, esta doença "deve ser seguida em especial por internistas, em centros de tratamento, no seio de equipas próprias, múltiplas e holísticas de várias especialidades, com a presença da Enfermagem, da Nutrição e do Serviço Social."

De acordo com o médico, "tem-se mantido a ideia de que a diabetes tipo 2 é para a MGF, mas não é só, porque, hoje em dia, essa é uma doença complexa, com necessidade de intervenção holística da Medicina Interna".



"Construímos um Núcleo forte"


Prestes a finalizar o segundo mandato de três anos à frente do NEDM, Estevão Pape faz um breve balanço do percurso efetuado ao longo destes seis anos, começando por lembrar que, sob a coordenação de Álvaro Coelho, "a atividade do NEDM estava muito enraizada na construção e implantação das consultas de diabetes em serviços de Medicina Interna".


Assim, quando assumiu essa responsabilidade, refere que optou por constituir "um secretariado jovem, mantendo também elementos do anterior, para haver alguma continuidade. Procurei trazer juventude e ciência". Na sua opinião, "a um núcleo já antigo, que fez recentemente 30 anos, faltava algum impacto na ciência".

Partindo dessa ideia, nos últimos seis anos, foi desenvolvida uma "atividade intensa de implantação e divulgação da ciência pura no âmbito da diabetologia e construímos um Núcleo cientificamente forte, fundamentado em estudos".

Algo que foi possível "também graças a parcerias muito importantes, sobretudo com a Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo (SPEDM), a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) e a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), de igual para igual, algo que não acontecia até então".

E em que consistiram essas parcerias? "Destaco os mais de 25 consensos realizados com outras sociedades científicas, além dos vários estudos que desenvolvemos individualmente, entre os quais três estudos DIAMEDINT, que permitiram apresentar o que é a realidade da diabetes no internamento dos serviços de Medicina Interna. Por vezes, parece que nos esquecemos..."

Estevão Pape faz também questão de destacar a "presença de internistas em todos os eventos major de diabetes, quer nacionais, quer internacionais", o que afirma ter sido "uma conquista, também graças a essas ligações que desenvolvemos com outras sociedades científicas, assim como com a própria indústria farmacêutica".


Motivar os internos a dedicarem-se à diabetes


Atualmente, o NEDM tem "cerca de 350 sócios, número que foi crescendo ao longo do tempo". Estevão Pape indica que, "essencialmente, trata-se da geração também nova de especialistas de Medicina Interna e de internos dedicados à diabetes", considerando que essa adesão resulta em boa parte de ações desenvolvidas: "Reconheço que temos estimulado os internos de Medicina Interna a dedicarem-se à diabetes."

Lembra que, "enquanto no internato de Endocrinologia a formação nesta área é obrigatória, na Medicina Interna tal não acontece". Assim, o objetivo foi "procurar que a SPMI procedesse à certificação em diabetes mellitus". E os resultados? "Já foi realizada por duas vezes e teve bastante adesão, certificando 50 internistas."

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