25 a 30% dos internados em serviços de Medicina Interna são diabéticos
25 a 30% dos doentes internados nos serviços de Medicina Interna do SNS são diabéticos. Este é um dos resultados preliminares do estudo DIAMEDINT, promovido pelo Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, coordenado por Estevão Pape.
“São doentes diabéticos que estão internados por outros motivos que não a diabetes, sobretudo com doenças do foro cardiovascular e respiratório, polimedicados, por vezes, com mais de dez fármacos”, disse à Just News Estevão Pape, internista do Hospital Garcia de Orta.
O coordenador do estudo DIAMEDINT salientou ainda que “a carga patológica destes pacientes é muito elevada, o que contribui para um maior sofrimento e menor qualidade de vida, além de sobrecarregar o trabalho dos internistas e de aumentar os custos para o Serviço Nacional de Saúde”.
Segundo Estevão Pape, os especialistas em Medicina Interna já tinham alguma noção de que o impacto destes doentes no internamento dos seus serviços seria significativo, mas não havia dados concretos, daí a importância deste estudo.
Sabendo-se que “os diabéticos têm uma média de tempo de internamento superior aos restantes doentes”, a situação é preocupante e, segundo os primeiros resultados do estudo, isso vem demonstrar que “a prevenção da diabetes e a vigilância no ambulatório não são ainda suficientemente eficazes”.
O estudo DIAMEDINT, transversal, foi realizado num único dia, em março, tendo sido enviado um inquérito para todos os serviços de Medicina Interna do país. De acordo com Estevão Pape, “dos pouco mais de 60 serviços existentes, 40 participaram no estudo. Ao todo, recolhemos informação de 1000 pacientes diabéticos internados por outras razões que não a diabetes”.
Os resultados finais vão ser apresentados no XXII Congresso Nacional de Medicina Interna, que terá lugar entre 27 e 29 de maio, em Viana do Castelo.
Estevão Pape e Álvaro Coelho, coordenador do Núcleo de Estudos da Diabetes Mellitus (NEDM) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), durante a última reunião do Núcleo, em Viseu, onde foi anunciado o lançamento do estudo e explicada a sua relevância.