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Tratar hoje a mulher em menopausa «exige uma abordagem muito mais individualizada»

Cláudio Rebelo é categórico quando afirma que “tem que se abandonar a ideia de que as mulheres em menopausa são todas iguais” e que o tratamento “está limitado a este ou àquele protocolo”. Até porque há novidades a nível terapêutico.

“Estamos a sentir que há agora um novo impulso para se voltar a falar mais de menopausa, com a disponibilização de novas terapêuticas, obrigando a encarar o tratamento de uma forma muito mais personalizada”, afirma o médico Cláudio Rebelo, presidente da Secção Portuguesa de Menopausa da Sociedade Portuguesa de Ginecologia (SPG).


Cláudio Rebelo

Aliás, a conferência de abertura que irá proferir na próxima Reunião da SPG, que vai decorrer na Figueira da Foz, dias 8 e 9 de março, centrar-se-á precisamente nas novidades terapêuticas que têm surgido nesta área e que vão estando à disposição dos ginecologistas, mas não só.

Cláudio Rebelo, que coordena a Ginecologia-Obstetrícia do Hospital CUF Porto, faz questão de sublinhar que “o desafio de tratar estas mulheres é de todos os médicos, quer sejam ginecologistas, internistas, endocrinologistas ou dos Cuidados de Saúde Primários, que até são quem contacta mais com esta população”.



O médico esclarece que se pretende, na Reunião, “ter uma visão das outras especialidades relativamente a esta matéria, perceber como nos podem ajudar a tratar as mulheres na menopausa, sem ser propriamente apenas com a terapêutica hormonal, que nós, como ginecologistas, temos que estar habilitados a prescrever e acompanhar”.

Intitulada “Walking com a menopausa”, a 203ª Reunião da SPG conta, inclusivamente, com o contributo de uma especialista de Medicina Geral e Familiar, Sofia Baptista, professora da Faculdade de Medicina do Porto, que irá abordar as atualizações terapêuticas em osteoporose.

“Em vez de termos o clássico reumatologista, convidámos uma colega de MGF com um doutoramento em shared decision-making sobre a importância das doentes perceberem, em conjunto com os médicos, as decisões que têm para tomar em função de rastreios e terapêuticas. Isto é ainda mais importante em patologias crónicas assintomáticas como HTA, dislipidemias e osteoporose”, refere Cláudio Rebelo.

Para além de que, frisa, “as mulheres em menopausa representam o grupo que mais cresce demograficamente na população portuguesa a cada ano que passa, com uma cada vez maior esperança média de vida e que nós queremos que seja com qualidade”.



A menopausa nas mulheres mais maduras

Sublinhando que “o grosso da mortalidade em menopausa tem origem em eventos cardiovasculares” – tema, aliás, abordado por si recentemente, no 23.º Congresso de Obstetrícia e Ginecologia --, Cláudio Rebelo avança que na próxima Reunião da SPG se explora, logo na primeira mesa, “um outro grande problema, o da síndrome metabólica”.

Serão analisados os novos fármacos para a obesidade, discutida a importância da diabetes para a mulher na menopausa e apresentadas as mais recentes guidelines para o tratamento da dislipidemia, envolvendo palestrantes de diferentes especialidades, nomeadamente Endocrinologia e Medicina Interna.

Outra área que vai estar em debate, “e que, por vezes, é esquecida”, será a da disfunção sexual na menopausa: “Apesar de termos uma ginecologista a falar da terapêutica sistémica e local e da ajuda que representam os tratamentos hormonais, uma fisiatra abordará o exercício de reabilitação do pavimento pélvico e uma psiquiatra com formação em sexologia dará também o seu contributo para o debate.”

“A disfunção sexual obriga a um tratamento muito mais integrado, até porque nós sabemos que muitas vezes ela já antecede a própria entrada na menopausa, podendo ou não ser agravada”, salienta Cláudio Rebelo.



A menopausa nas mulheres mais maduras, considerando, nomeadamente, a importância que ganham a dieta e o exercício físico, também será abordada. A justificação é óbvia: “Podemos ter não só mais anos de vida mas vida com mais qualidade, nestas mulheres acima dos 70, dos 80, dos 90…”

O presidente da Secção Portuguesa da Menopausa da SPG alerta para um último aspeto: “Nós percebemos que podemos ser muitas vezes os primeiros sinaleiros destas mulheres que estão mais maduras e que começam a ter algumas limitações, quer do ponto de vista mental, quer de força física e de equilíbrio.”


Secção Portuguesa da Menopausa: Ana Fatela (tesoureira), Cláudio Rebelo (presidente) e Maria João Carvalho (secretária)

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