Telemedicina após fratura de fragilidade: «Vamos debater casos reais»

É já esta sexta-feira que o Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) promove mais uma "discussão clínica enriquecedora com pessoas que partilham o mesmo interesse nesta área", explica Maria João Serpa, médica de Medicina Interna e coordenadora desta sessão, intitulada "Telemedicina após fratura de fragilidade".

A iniciativa tem início às 21h30, a participação é gratuita e decorre online, fazendo parte do projeto Open Sessions, que arrancou em julho. Tratam-se de reuniões mensais, abertas a todos os membros da SPMI, mas também a outros profissionais que "queiram partilhar as suas experiências clínicas pessoais na área da Geriatria e discutir aspetos diagnósticos e terapêuticos".

"Casos reais do internamento, consulta ou urgência"

Maria João Serpa, médica no Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada e uma das dinamizadoras do projeto, sublinha que "o objetivo é ser um encontro muito prático, com temas do dia a dia ou discussões de casos reais do internamento, consulta ou urgência". E acrescenta: "Se com isso conseguirmos atrair mais colegas para essa área tanto melhor."


Maria João Serpa

Necessidade de um "cuidador tecnologicamente apto"

Relativamente ao tema da sessão desta sexta-feira, Maria João Serpa destaca o grande potencial da telemedicina, "que permite, de facto, diminuir as discrepâncias no acesso à saúde: de doentes geograficamente mais isolados, doentes com barreiras linguísticas, com limitações cognitivas...".

Recorda que a pandemia veio dar um grande impulso à telemedicina: "Adveio da necessidade súbita de recolhimento em casa em Portugal mas, mesmo nos países em que já existia, foi sobejamente incrementada nestes 2 últimos anos." Contudo, e até por existir ainda uma grande margem de progressão e implementação da telemedicina após fratura de fragilidade em Portugal, alerta existirem alguns aspetos que merecem especial atenção e dá um exemplo: "É crítico que exista um cuidador tecnologicamente apto".

Um projeto complementar

Apesar de serem já vários os eventos formativos promovidos pelo Núcleo de Estudos de Geriatria (NEGERMI) ao longo do ano, a Direção deste Núcleo decidiu ser importante avançar com esta ideia. Sofia Duque, coordenadora do NEGERMI, explica o motivo:

"Este novo projeto surge porque, face à falta de unidades clínicas de Geriatria, sentíamos falta das tradicionais sessões clínicas hospitalares em que se discutem casos clínicos, se revê a mais recente evidência científica e partilham-se experiências da nossa prática clínica diária. Com as Open Sessions mensais pretendemos juntar todos os que se interessam pela Geriatria em Portugal, estejam em que sítio do país estiverem!"

O facto das sessões se realizarem online e em horário pós-laboral tem um objetivo: "Para mais colegas poderem participar". 

Assim, para Sofia Duque, que é atualmente responsável pela Consulta de Geriatria na CUF Descobertas, este projeto completa a oferta do NEGERMI: "Pensamos melhorar a formação em Geriatria e contribuir para o desenvolvimento de mais respostas clínicas especializadas no nosso país."

Sofia Duque

Recordando que o projeto pretende ser "o mais inclusivo possível", a médica deixa o convite à participação neste debate sobre a telemedicina após fratura de fragilidade e nas próximas sessões: "Todos os profissionais de saúde que trabalham com pessoas idosas e académicos que se dedicam ao Envelhecimento são bem vindos! Basta inscreverem-se no link."

Próximas sessões:

- 9 Setembro, 6ª feira – 21h30: Telemedicina após fratura de fragilidade - Maria João Serpa
- 7 de outubro, 6ª feira – 21h30: Fisioterapia no envelhecimento - Monserrat Conde

- 14 Novembro, 2ª feira – 21h30: Psicogeriatria – o que fazer na consulta? - Pedro Ribeiro Branco
- 12 Dezembro, 2ª feira – 21h30: a definir

 

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