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Sociedade de Cardiologia quer ter voz junto dos decisores nacionais

Repensar a saúde cardiovascular dos portugueses deve passar por um trabalho de advocacia da Sociedade Portuguesa de Cardiologia (SPC) junto dos decisores nacionais, segundo as conclusões do Fórum Repensar o Futuro da Saúde Cardiovascular em Portugal, que decorreu no passado dia 6 de janeiro, na Casa do Coração, em Lisboa. Para João Morais, presidente da SPC, este foi o tema “mais desafiante” do Fórum.

“A SPC é a sociedade científica portuguesa com maior capacidade para influenciar as grandes decisões na área da saúde cardiovascular, ou não integrasse a Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC)”, disse João Morais, em declarações à Just News.



O cardiologista sublinhou que a ideia de a SPC ter um papel mais influente junto dos decisores vai ao encontro de uma das metas da sua Direção (2017-2019), que se prende, precisamente, com a criação de uma agenda política.

“É uma ideia pouco habitual nas sociedades científicas, mas faz todo o sentido, vejamos o exemplo da ESC, que abriu uma delegação, sediada em Bruxelas, para poder ter voz na discussão das políticas de saúde junto da Comissão Europeia”, referiu.



Questionado sobre se a criação de grupos de trabalho vai ser uma das soluções para a SPC apostar neste papel de advocacia, afirmou que, para já, ainda não há decisões. “No Fórum, foram apresentadas várias ideias que serão analisadas, o importante é que se abriu esta janela de discussão”, frisou.



Morte súbita e a insuficiência cardíaca

Quanto às áreas que a SPC deve levar a debate junto dos decisores, João Morais destacou, sobretudo, duas: a morte súbita e a insuficiência cardíaca. “São dois problemas que não estão contemplados no Plano Nacional de Saúde ou no Programa Nacional para as Doenças Cerebrocardiovasculares da Direção-Geral da Saúde, mas não nos podemos esquecer que, atualmente, a principal causa de morte por doença cardiovascular é a insuficiência cardíaca, que regista uma elevada mortalidade e um maior número de internamentos”, observou.

O presidente da SPC espera mesmo que estas duas patologias sejam consideradas prioritárias: “Tal como no enfarte agudo do miocárdio (EAM), queremos vir a ter bons resultados, comparáveis com a realidade europeia”, sublinhou.



Outra ideia debatida no Fórum foi a possibilidade de levar o debate para um nível regional. “É preciso ter-se em conta as diferentes realidades e necessidades, como o caso do Alentejo, que tem a taxa mais elevada de mortalidade por doença coronária”, afirmou.

Academia Cardiovascular da SPC "tem um papel fundamental"

Outro tema em destaque no Fórum "Repensar o Futuro da Saúde Cardiovascular em Portugal" foi a formação dos médicos cardiologistas e dos internos da especialidade. “A Academia Cardiovascular da SPC, sediada no Porto, tem um papel fundamental na atualização de conhecimentos quer dos mais novos como dos seniores, com programas em auditório, mas também hands-on”, apontou.



João Morais referiu mesmo que “a Academia tem um papel essencial na formação cada vez mais diferenciada e adequada da Cardiologia portuguesa”.

E acrescentou: “Uma forte aposta da Academia é incentivar e preparar os internos e os especialistas para fazerem o Exame Europeu de Cardiologia que, apesar de não ser obrigatório, tem um peso significativo no percurso profissional de qualquer cardiologista.”

Outros temas foram debatidos no evento, como a relação da Academia Cardiovascular com as universidades, o que significa ser sócio da SPC e a ligação dos serviços de Cardiologia com a SPC.



SPC vai lançar iniciativa “Um Dia Dedicado a …”

A propósito deste último ponto, João Morais anunciou que vai iniciar-se, em fevereiro a iniciativa “Um Dia Dedicado a …”, que permite aos mais novos, e não só, acompanhar, durante um dia, um Serviço de Cardiologia, abordando uma área específica do conhecimento na qual esse Serviço tenha uma experiência particular.



Como explicou o presidente da SPC, “o objetivo é realizar esta iniciativa todos os meses, de modo a que cada Serviço possa escolher um tema e abrir as suas portas a alguns internos e jovens médicos especialistas.” O primeiro “Um Dia Dedicado a…” acontecerá no próximo dia 5 de fevereiro, no Hospital Garcia de Orta, em Almada, e o tema em foco será hipertensão pulmonar.






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