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Rinite alérgica: «A imunoterapia com alergénios pode prevenir o desenvolvimento de asma»

"A rinite alérgica pode ocorrer em qualquer faixa etária e com frequência causa impacto significativo na qualidade de vida dos doentes afetados, nomeadamente, a nível social e no desempenho tanto laboral como escolar", afirma Ana Sofia Moreira, Imunoalergologista do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES) de Ponta Delgada.

Deste modo, torna-se evidente que "origina um contínuo e prolongado consumo de recursos na área da saúde, associando-se a elevados custos diretos e indiretos para a sociedade". Ainda para mais, tendo em conta a "elevada prevalência desta patologia, que chega a afetar mais de 25 da população na Europa".

"O diagnóstico da rinite alérgica é essencialmente clínico, baseando-se na presença de sintomas de obstrução nasal, rinorreia, estornudos e/ou prurido nasal, que são desencadeados ou agravados pela exposição aos aeroalergénios a que o doente esteja sensibilizado", afirma a médica, que é Secretária do Grupo de Interesse de Rinite da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC).

E acrescenta: "Frequentemente, associa-se a outras comorbilidades, de entre as quais se destacam a conjuntivite, asma e sinusite, cujo correto diagnóstico e tratamento é crucial para se alcançar o controlo sintomático da rinite."

A terapêutica farmacológica não permite um controlo "em 10-20% dos casos"

Ana Sofia Moreira recorda que o tratamento de 1.ª linha na rinite alérgica envolve "a utilização de farmacoterapia (corticosteroides nasais, anti-histamínicos orais e/ou nasais), em associação a medidas de evicção de aeroalergénios".

Contudo, sublinha que, "em 10-20% dos casos, apesar de uma terapêutica farmacológica otimizada, não é possível atingir um controlo sintomático".


Ana Sofia Moreira

"Modificar a evolução da história natural da doença alérgica"

Assim, de acordo com a médica, "na Consulta de Imunoalergologia, em casos selecionados e após a realização de um estudo do perfil de sensibilização alérgica do doente, a utilização de imunoterapia específica com alergénios/vacina antialérgica, poderá estar indicada no tratamento das situações de rinite alérgica".

Ana Sofia Moreira faz questão de destacar todo o potencial desta intervenção, esclarecendo que "a imunoterapia específica constitui a única estratégia de tratamento capaz de modificar a evolução da história natural da doença alérgica, permitindo alcançar uma remissão sustentada dos sintomas de rinite que se mantêm por vários anos após a descontinuação do tratamento".

Mas não só: "Para além disso, a imunoterapia com alergénios pode prevenir o desenvolvimento de asma em indivíduos com rinite alérgica e o aparecimento de novas sensibilizações."

Assim, salienta o papel do médico imunoalergologista, "pois desempenha um papel central na avaliação e seguimento dos doentes com rinite alérgica, principalmente nos casos que poderão beneficiar da utilização de imunoterapia específica." 



Ana Sofia Moreira é uma das várias especialistas que participa no Dossier Imunoalergologia, publicado na edição de junho do Jornal Médico dos cuidados de saúde primários. Neste Dossier é dado a conhecer o trabalho dos Grupos de Interesse da Sociedade Portuguesa de Alergia e Imunologia clínica (SPAIC).

Jornal Médico dos cuidados de saúde primários - publicação para profissionais, distribuída todos os meses em todas as unidades de cuidados de saúde primários do SNS. 

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