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Otorrinolaringologia do Hospital CUF Viseu: uma referência nacional com «tempo de resposta diminuto»

"Possuímos equipamentos topo de gama, como a posturografia dinâmica e a estimulação optocinética, que nos permitem fazer o diagnóstico e a reabilitação vestibular, e potenciais evocados auditivos e otoemissões acústicas, que ajudam a avaliar a audição." É desta forma que José Marques dos Santos, coordenador do Serviço de Otorrinolaringologia do Hospital CUF Viseu, começa por caracterizar o espaço que ajudou a criar.

Em entrevista à Just News, publicada no Jornal ORL, o médico adianta ainda que o Serviço tem, neste momento, "duas salas de consulta, com microscópios e torres de videoendoscopia, um espaço dedicado aos exames de audiometria e a outros exames de audiologia e uma zona destinada às áreas do equilíbrio e da vestibulogia".

Das tomadas de eletricidade à contratação de profissionais


A colaboração de José Marques dos Santos com o Hospital CUF Viseu começou em 2014, quando ainda se preparava a construção desta instituição privada. Na altura, foi desafiado a assumir a função e a participar ativamente no próprio desenho do espaço, que abriu em 2016.

Ajudou, assim, a criar o Serviço de raiz, literalmente, "desde a localização dos exames de audiometria e das tomadas da eletricidade, passando pela aquisição de determinados equipamentos e a contratação de elementos médicos”. E, em apenas meia dúzia de anos, "desde o interior do país", conseguiu tornar o Serviço de ORL numa referência nacional.

Um desafio que surgiu após quase quatro décadas dedicadas ao Hospital Distrital de Viseu: "Tive muita pena de deixar o SNS, porque aprendi, empenhei-me e dediquei-me durante 38 anos, com um sentimento de bem público que jamais esquecerei."


José Marques dos Santos

"Parte dos doentes vem de muito longe"

O otorrinolaringologista salienta que, atualmente, e como resultado da dinâmica e da logística de funcionamento do Serviço, "existe uma eficácia total”. A disponibilidade de equipamentos e a proximidade entre médicos e técnicos são "dois aspetos que contribuem para tal".

Como explica, “no mesmo espaço onde o médico faz a consulta pode realizar exames e, se entender que precisa de esclarecer alguns aspetos auditivos, envia o doente para a sala do lado, onde as audiologistas poderão fazer os exames. Minutos depois, o resultado está a ser analisado pelo médico”.

Esta é uma atuação que considera muito benéfica para os doentes, pois, “enquanto outros serviços podem levar mais tempo a agendar exames, dependendo da sua capacidade, e pedir que os doentes regressem uma terceira vez para mostrar os exames ao médico, aqui, em três quartos de hora, o processo é todo feito e os doentes podem regressar a suas casas com um diagnóstico e a indicação de tratamento”.

O médico entende que esta é uma “grande facilidade quando parte dos doentes vem de muito longe, como Castelo Branco, Pinhel e Guarda”.



Segundo o médico, o reduzido tempo de espera para consulta, que “tem um máximo de 15 dias”, e a dotação do Bloco Operatório com “equipamentos modernos, como lasers, monitores faciais e microscopia de ponta”, serão fatores que levam os doentes a considerar este hospital privado.

“Temos um Serviço perfeitamente equipado, como qualquer hospital central deveria ter, por vezes, até com dispositivos mais modernos”, realça, sublinhando que os cinco elementos médicos procuram sempre “estar atualizados em termos tecnológicos e de prática cirúrgica”.

No que respeita à área do equilíbrio, o médico adianta que “este hospital está muito bem apetrechado, não só do ponto de vista mecânico como também do saber humano”.

"Muitas das cirurgias são realizadas em ambulatório"

José Marques dos Santos avança que a maioria dos internamentos respeita a casos cirúrgicos, no entanto, muitas das cirurgias são realizadas em regime de ambulatório, “exceto aquelas com um perfil de maior complexidade ou quando o doente habita a uma distância superior a 40 quilómetros. Nesse caso, privilegia-se o internamento”, refere.

Neste âmbito, sublinha a evolução que tem existido nos últimos 30 anos, ao nível do “avanço tecnológico, de uma eficácia e precisão maiores, de uma menor invasibilidade e de um número de incidentes inferior, o que tem permitido fazer em regime de ambulatório intervenções que, antes, podiam exigir uma semana de internamento”.

Alguns dos elementos do Serviço de ORL

Pluridisciplinaridade permite realizar cirurgias complexas


José Marques dos Santos adianta que o Serviço oferece aos doentes tratamento cirúrgico dos tumores da hipófise via transesfenoidal, "algo que, na zona centro, só é realizado no CHUC".

Nesta intervenção, pautada pela articulação com a Neurocirurgia, “a ORL encarrega-se de fazer o acesso da via, entre o nariz e a área cerebral, enquanto a Neurocirurgia atua de seguida, para retirar o tumor através do nariz”.

O próprio coordenador do Serviço foi o primeiro a participar nesta intervenção, em 2021, tendo a equipa dado continuidade, posteriormente, para que pudesse manter a dedicação ao ouvido, a sua área predileta.

O médico fala num “enorme sucesso da técnica, que é procurada por alguns doentes, entre os quais aqueles que estavam na lista de espera de hospitais públicos e que, graças ao Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), veem emitido um vale-cirurgia que lhes permite recorrer a um hospital privado”.

"Somos um Serviço de referência"

Entre os principais benefícios, José Marques dos Santos fala na redução do tempo e dos custos de internamento e na diminuição do sofrimento dos doentes. “Aqui, conseguimos dar alta hospitalar a doentes operados ao cérebro 48 horas após a realização da técnica, o que é fantástico”, distingue.


O médico recorda o caso de uma doente natural dos Açores, que recorreu a esta instituição para fazer uma intervenção cirúrgica ao ouvido, notando que “são ações como essa
que nos dão satisfação, pois, percebemos que não estamos esquecidos no interior do país e que somos um Serviço de referência no que respeita ao saber e à experiência da equipa”.



Unidade de Implantes Cocleares com "resultados fantásticos"

Em 2019, José Marques dos Santos apostou também na criação de uma Unidade de Implantes Cocleares, que visa “estudar o doente previamente à aplicação do implante e acompanhá-lo posteriormente, em articulação com a Neurologia, a Imagiologia e a Terapia da Fala”.

Apesar de não ser uma cirurgia realizada com grande frequência, “dado, desde logo, o elevado valor dos aparelhos”, salienta que “aqueles que a ela já se submeteram apresentaram resultados fantásticos”.


Está também nos planos atuais do Serviço a constituição da Unidade do Sono, onde se realizará o estudo polígrafo do sono e se trabalhará em articulação com os serviços de Pneumologia e de Neurologia. Esta colaboração com a Neurologia acontece já, aliás, nas áreas do equilíbrio e da vertigem.



Reforço de elementos médicos é a principal prioridade


Sendo a afluência de doentes a este Serviço “cada vez maior”, José Marques dos Santos refere que a necessidade de admissão de mais elementos médicos é a principal prioridade, a fim de evitar o aumento do tempo de espera.

“Precisamos de um a dois novos médicos, no entanto, além das qualidades técnicas, valorizamos, enquanto instituição, também as humanas, o que coloca alguma exigência no processo de recrutamento”, adianta.

Foi, entretanto, admitido um novo médico especialista, o que perfaz um total de seis elementos. Além desta atitude, que considera “louvável”, por parte dos corpos dirigentes, o coordenador do Serviço tem prezado a forma de gestão da Administração, que “escuta as nossas propostas, predispõe-se a discutir melhorias e acaba por aceitar muitas sugestões”.



Literacia em saúde e reuniões científicas

A dinâmica do Serviço estende-se também à comunidade. A fim de investir na literacia em saúde da população, a equipa tem vindo a realizar, ao longo do tempo, sessões em que aborda diferentes temáticas, conforme explica:

“Há uma grande preocupação em falar, mensal ou quinzenalmente, sobre temas como a surdez infantil, a rinite e a sinusite, para chamar a atenção para aspetos que a população pode não valorizar e levá-la a procurar ajuda. O alcance da população é conseguido também graças à presença assídua num programa de rádio regional e nos jornais locais."

Como objetivo a curto/médio prazo, o coordenador de ORL refere igualmente a organização de eventos científicos anuais “que demonstrem o que de melhor se faz na ORL do Hospital CUF Viseu”.

Também a retoma das reuniões que, em tempos, realizaram nas USF, é considerada uma prioridade, "para relembrar como deve ser feito o tratamento de algumas situações médicas e distinguir quais são as que exigem o encaminhamento para o meio hospitalar das que podem ser acompanhadas pelas USF".



A reportagem completa pode ser lida no Jornal ORL de setembro/dezembro 2022.

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