«Os últimos 15 anos foram de evolução extraordinária no âmbito cardiovascular»
O próximo Congresso Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular, que se realiza entre 14 e 16 de fevereiro, em Óbidos, vai focar-se na evolução registada, nos últimos 15 anos, nas mais variadas áreas da Medicina Cardiovascular. Sendo o evento uma iniciativa do Departamento de Coração e Vasos da ULS de Santa Maria, estará em destaque o que de inovador foi sendo implementado nesta instituição.
Para Fausto Pinto, diretor do Departamento e presidente do Congresso, que conhece agora precisamente a sua 15.ª edição, “a última década e meia representou um período extraordinário de evolução no nosso Centro, nos mais variados campos”. E refere, a título de exemplo, as seguintes áreas: imagem, insuficiência cardíaca, hipertensão pulmonar, cardiopatia estrutural, doença coronária, risco cardiovascular…
Fausto Pinto
No seu entender, “importa não só refletir sobre o conjunto vasto de inovações que foram introduzidas nestes últimos tempos, mas também olhar para o futuro e identificar os caminhos que irão ser desbravados, para podermos melhorar a prestação de cuidados aos nossos doentes”.
O programa do XV Congresso Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular inclui intervenções de profissionais da ULS de Santa Maria mas também de elementos de outros hospitais do país e conta com a participação de uma série de especialistas estrangeiros.
Este ano, logo na manhã do primeiro dia de trabalhos, o programa da reunião dará um especial realce ao papel do enfermeiro no Departamento de Coração e Vasos, nomeadamente, nos laboratórios de técnicas, nos hospitais de dia e nas unidades especiais. Destaque semelhante será dado ao papel do cardiopneumologista nos laboratórios de ecocardiografia, de eletrofisiologia e pacing e ainda de cardiologia de intervenção.
Fausto Pinto salienta a circunstância de as sessões do Congresso decorrerem, desde há alguns anos, em duas salas em simultâneo, uma mais dedicada à área da Cardiologia e a outra à Cirurgia Vascular e Cardiotorácica. E acrescenta: “Procura-se incluir cada vez mais neste encontro anual os vários profissionais de todo o Departamento que, no fundo, colaboram entre si e têm como objetivo melhorar não só o conhecimento científico mas também a prestação de cuidados.”
Departamento de Coração e Vasos criado há 10 anos
Inicialmente denominado Congresso Novas Fronteiras em Cardiologia, e com a 1.ª edição a concretizar-se em 2011, na Ericeira, o evento surgiu por iniciativa de Fausto Pinto e do seu diretor no Serviço de Cardiologia do então Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), Nunes Diogo.
“Este Congresso foi pensado como uma atividade que permitisse não só desenvolver alguns aspetos pedagógicos e educacionais na área da Cardiologia, mas também como um momento que reunisse os elementos do nosso Serviço, juntamente com profissionais de saúde de outros serviços do país, para poder partilhar as nossas experiências”, recorda Fausto Pinto, que haveria de suceder a Nunes Diogo na direção da Cardiologia em julho de 2014.
Quando a decisão de criar o Departamento de Coração e Vasos é formalmente anunciada, no Congresso de fevereiro de 2015, pelo presidente do CA do CHLN, Carlos das Neves Martins, já havia uma ligação forte entre os serviços de Cardiologia, de Cirurgia Vascular e de Cirurgia Cardiovascular.
Fausto Pinto, Carlos Martins, Nunes Diogo, Fernandes e Fernandes, Ângelo Nobre e Luís Mendes Pedro
Com efeito, a própria mesa da sessão de abertura desse Congresso já incluía, para além de Fausto Pinto, na qualidade de diretor do Serviço de Cardiologia e de presidente do Congresso, e de Nunes Diogo, presidente de Honra, os diretores dos serviços de Cirurgia Vascular (Fernandes e Fernandes) e de Cirurgia Cardiotorácica (Ângelo Nobre).
O cirurgião Fernandes e Fernandes viria posteriormente a assumir a direção do Departamento de Coração e Vasos, que manteve até à sua jubilação, em dezembro de 2016, sucedendo-lhe Fausto Pinto. À frente do Serviço de Cirurgia Vascular ficaria, entretanto, Luís Mendes Pedro.
“Com a criação do Departamento, conseguiu-se uma articulação funcional mais adequada e, se quisermos, mais eficaz na forma como podemos responder aos vários desafios que esta área nos coloca. São doentes cada vez mais complexos e o podermos ter a complementaridade funcional dos três serviços de forma integrada tem sido uma mais-valia na forma como o nosso hospital tem dado resposta numa área tão crítica como a cardiovascular”, considera Fausto Pinto.
Promovendo o debate de temas de uma abrangência cada vez maior, o VIII Congresso, realizado em 2018, passou a ter a sua atual designação: “Novas Fronteiras em Medicina Cardiovascular”. Com duas edições em formato unicamente virtual (2021 e 2022), em consequência da pandemia de covid-19, a reunião regressou, entretanto, ao modelo presencial.