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Os aspetos humanos e humanísticos «são essenciais para se ser um bom médico»

Maria Amélia Ferreira é a primeira mulher à frente da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e mesmo de qualquer outra faculdade de Medicina do País. Mulher de fortes convicções, conhece a FMUP há 37 anos e acredita que existem três eixos essenciais que definem o seu mandato: excelência de aprendizagem, formação tecnológica e humana e criação de valor. Quanto à situação da Saúde em Portugal, só sente tristeza quando vê que os médicos partem por “não acreditarem mais no nosso País”.

Cursos de Medicina "de grande qualidade"

Em entrevista à Just News, publicada na edição de maio do Jornal Médico, Maria Amélia Ferreira é questionada sobre se Portugal está a formar os melhores médicos. Na sua opinião, os nossos cursos de Medicina são "de grande qualidade" e tal pode ser verificado "quando os nossos médicos são aceites em vagas noutros países". Contudo, salienta que "as instituições estão a trabalhar muito acima do que é o ideal em número de estudantes" e que tal realidade só é possível por se ter docentes com capacidade e empenho e instituições de saúde que nos ajudam na formação prática".

Indica que a qualidade tem-se mantido, sendo que a existência de centros de simulação "também contribui para esta qualidade na formação, porque há procedimentos que não podem ser experimentados nas pessoas". E adianta que "a FMUP pretende, aliás, criar um centro deste tipo, integrado no atual Centro Biomédico do Porto."

Refere ainda que existe "outro aspeto a ter em conta para otimizar a qualidade de Ensino que já temos em Portugal e, especificamente na FMUP, é criar um polo onde se congreguem várias faculdades ligadas às Ciências da Saúde, para sabermos trabalhar todos em conjunto, independentemente de sermos médicos, enfermeiros, nutricionistas, etc."



Três eixos estratégicos

Maria Amélia Ferreira explica, ao longo da entrevista à Just News, quais os principais objetivos do seu mandato:

"A nossa linha de ação assenta em três eixos estratégicos. O primeiro é a excelência de aprendizagem. O objetivo é formar médicos e dentro dos parâmetros e indicadores de qualidade, para que tenham a devida competência técnica e possam exercer a profissão em qualquer lugar, ou não vivêssemos num mundo globalizado. Cada vez mais temos de ter em atenção que não são os médicos da FMUP, do Porto, de Portugal, mas os médicos do mundo. Este objetivo não põe de parte as novas diretivas de indicação médica, que contemplam não só a formação tecnológica, mas também a humana. Os aspetos humanos e humanísticos são essenciais para se ser um bom médico."

Relativamente ao segundo eixo, "é o da investigação da FMUP, que já é uma referência em Portugal e lá fora. É preciso manter este nível de qualidade, assim como apostar sempre na sua melhoria. Há sempre algo a mudar e a tornar mais perfeito."

Em terceiro lugar, "a transformação de tudo o que referi em valor de mercado, vendável e rentável, porque a instituição não depende só do Orçamento de Estado (OE)." Acrescenta ainda que "é preciso fazer valer o que se faz em termos de Ensino e Investigação, apostando no empreendedorismo e na comunicação/articulação com as empresas, criar novas empresas, vender serviços e angariar novos públicos para os nossos produtos."



A entrevista com Maria Amélia Ferreira pode ser lida na íntegra na edição de maio do Jornal Médico.

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