KRKA

«O início do programa de Residência Farmacêutica é um marco histórico, um ponto de não retorno»

Ao intervir na sessão de abertura das XV Jornadas de Farmácia Hospitalar, o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF) não teve dúvidas em dedicar as suas primeiras palavras aos novos residentes farmacêuticos. Estes iniciaram em 2023 um programa de formação de 4 anos denominado Residência Farmacêutica, de certa forma equivalente ao Internato Médico.


Hélder Mota Filipe

Referindo-se ao “longo caminho” que tem vindo a ser percorrido para “devolver aos farmacêuticos uma carreira no SNS”, Hélder Mota Filipe considerou mesmo o arranque deste programa “um marco histórico, um ponto de não retorno”.

Afirmou mesmo serem estes residentes “o garante de um futuro promissor para a Farmácia Hospitalar, para as Análises Clínicas e para a Genética Humana”. São estas as três áreas pelas quais se distribuem nos hospitais, dependendo da indispensável idoneidade dos respetivos serviços e da natural capacidade tutorial existente em cada local.

João Ribeiro, presidente do Conselho do Colégio da Especialidade de Farmácia Hospitalar da OF – entidade promotora das Jornadas --, referir-se-ia, a esse propósito, a “uma conquista de anos”, lembrando que já em 1962 se havia experienciado promover o então denominado 1.º Internato Farmacêutico.

Saudou o arranque do programa de Residência Farmacêutica, agora em janeiro, salientando: “Precisamos de profissionais altamente qualificados e especializados.”


João Ribeiro

Realizadas recentemente em Lisboa, as XV Jornadas de Farmácia Hospitalar, subordinadas ao tema “Desafios cíclicos – Realidades em transformação”, incluíram a cerimónia de entrega do Prémio PEGADAS a Paula Almeida, farmacêutica hospitalar desde 1994, protagonista de um “percurso profissional rico e variado”.


Paula Almeida

Novas competências farmacêuticas

“A nossa profissão não é uma arte, é claramente uma profissão científica baseada na evidência. Precisamos de mais academia e de profissionalizar o trabalho de investigação que muitos colegas fazem no terreno”, afirmou o bastonário da OF, acrescentando: “Precisamos de mais farmacêuticos com atividade assistencial a ensinar nas faculdades e a frequentar programas de doutoramento, deixando o desafio para um “aumento de publicações e/ou comunicações científicas”.

A esse propósito, Hélder Mota Filipe anunciaria que a OF está a preparar a publicação de novas competências farmacêuticas, uma delas precisamente em Investigação Clínica. E mais: “Outra competência que estamos a desenvolver e que está em fase final é a de Oncologia, sendo transversal aos colegas comunitários e hospitalares.”



“É objetivo desta competência reconhecer a capacidade do farmacêutico para desempenhar um conjunto de atividades destinadas a otimizar os resultados em saúde no doente oncológico, independentemente do nível de cuidados. O farmacêutico com esta competência deve participar nas tomadas de decisão em colaboração com outros profissionais de saúde, partilhando a informação com os doentes e cuidadores para implementação do plano de cuidados, sendo também importante a sua contribuição na seleção de protocolos mais custo-efetivos”, disse o bastonário.

Argumentando que a OF “deve afirmar-se de forma mais efetiva como regulador da profissão”, frisou estar-se igualmente “a trabalhar em normas de intervenção profissional nos serviços farmacêuticos”. E apresentou alguns exemplos: consulta farmacêutica, dispensa em proximidade de medicamentos hospitalares, renovação da terapêutica crónica, revisão da medicação, reconciliação terapêutica e preparação individualizada da medicação.

Hélder Mota Filipe destacou dois desses serviços, que são novos e estarão contemplados no Orçamento de Estado para 2023, dizendo não ter dúvidas de que “a sua implementação pode beneficiar os doentes e o próprio SNS”. Referia-se ao desenvolvimento de um modelo de dispensa de medicamentos hospitalares em proximidade e de um outro relativo à renovação da dispensa de terapêutica crónica.


João Ribeiro e Hélder Mota Filipe

Quanto à dispensa de fármacos em proximidade, o bastonário deixaria o aviso de que a Ordem exige que a mesma seja assegurada por farmacêuticos, garantindo: “Não abdicaremos disso!” A solução? “É necessário incluir os farmacêuticos comunitários, sem medos!”

“Só assim é possível assegurar que, onde quer que aconteça a dispensa, é mantida a qualidade do serviço, o feedback do utente e a promoção da adesão à terapêutica”, concluiu.


Elementos do Conselho do Colégio da Especialidade de Farmácia Hospitalar da OF: Helena Catarino, João Fraga, Ana Paula Pina, João Ribeiro, Sandra Queimado, Pedro Soares

seg.
ter.
qua.
qui.
sex.
sáb.
dom.

Digite o termo que deseja pesquisar no campo abaixo:

Eventos do dia 24/12/2017:

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda