KRKA

Nome de Odette Ferreira vai ser atribuído ao Auditório da Faculdade de Farmácia de Lisboa

Pioneira na investigação e na luta contra o VIH/SIDA em Portugal, Odette Ferreira foi responsável pela realização dos primeiros estudos seroepidemiológicos e pela identificação do vírus da imunodeficiência humana tipo 2 (VIH 2).



Contributo para a "valorização do farmacêutico em Portugal"

Para dia 19 de dezembro está agendada, às 15h00, a cerimónia de atribuição do nome de Maria Odette Santos-Ferreira ao Auditório da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFULisboa). 

A medida, proposta pela Associação dos Estudantes da FFULisboa, foi aprovado pelo Conselho de Escola da Faculdade. O objetivo é homenagear a farmacêutica, investigadora e professora catedrática jubilada da instituição, "uma referência internacional na área da Virologia, detentora de um percurso científico-profissional ímpar e com notável contributo para a valorização e prestígio do papel do farmacêutico em Portugal", recorda a FFULisboa.



Melhorar as condições de tratamento dos doentes com VIH


Em declarações à Just News, Odette Ferreira, que foi durante um ano e meio a única pessoa em Portugal a realizar estudos seroepidemiológicos, recorda o trabalho realizado pela Comissão Nacional da Luta Contra a SIDA na época em que coordenou este organismo.

Quando assumiu esta função começou por verificar no terreno (primeiro nos hospitais centrais e depois nos distritais) "o que era necessário para que existissem as melhores condições para tratar os doentes com VIH".

Após a avaliação que efetuou, concluiu que eram necessárias obras nos departamentos de Infeciologia e de Medicina Interna em todos os hospitais centrais e nalguns distritais. Com o objetivo de acabar com as listas de espera, foram criados hospitais de dia, que “evitavam que os doentes fossem internados e libertavam camas”.

Posteriormente, quando começaram a aparecer estirpes de tuberculose multirresistente nos doentes infetados por VIH, "construíram-se quartos de pressão negativa para evitar a sua disseminação e que médicos, enfermeiros ou mesmo os outros doentes se pudessem infetar com essas estirpes". Foram também dotados os laboratórios com os equipamentos necessários.

Portugueses "eram os que tinham maior experiência"

Odette Ferreira, que fez a sua carreira na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FFUL), lamenta que não se tivesse conseguido elaborar a primeira publicação sobre a história natural do VIH 2, com base no historial clínico de todos os doentes com este vírus em Portugal. Conforme relata, “o projeto foi inicialmente aceite, mas, por falta de disponibilidade por parte de alguns clínicos para colaborar, não foi concretizado”.



No seu entender, nessa altura, o projeto fazia todo o sentido, tendo em conta que o VIH 2 existia principalmente nos países de Língua Portuguesa e, consequentemente, "os médicos nacionais eram os que tinham maior experiência".

A investigação continua

Questionada sobre o ponto de situação da investigação na área do VIH/SIDA, Odette Ferreira menciona que, apesar de ainda não se ter conseguido encontrar um medicamento para eliminar o VIH, conseguiu-se que este parasse de se replicar.

“Inicialmente, a investigação era mais sobre o vírus e as consequências da infeção. Hoje em dia, centra-se em encontrar um medicamento que elimine o vírus, que não produza efeitos secundários e a um preço que permita a sustentabilidade terapêutica em todos os países", refere.

E alerta que “só com a prevenção é que se conseguirá que a SIDA desapareça. Já demos uns passos de gigante, mas continuamos a ter recidivas, porque há indivíduos que pensam que, por se tratar de uma doença crónica, basta um só comprimido para estarem protegidos”.


seg.
ter.
qua.
qui.
sex.
sáb.
dom.

Digite o termo que deseja pesquisar no campo abaixo:

Eventos do dia 24/12/2017:

Imprimir


Próximos eventos

Ver Agenda