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Menos complicações após as cirurgias: «os resultados do ERAS são muito promissores»

“Redução das complicações não-cirúrgicas, como as respiratórias, cardiovasculares e infeções do trato urinário são as principais vantagens do ERAS – Enhanced Recovery After Surgery”. A explicação é dada à Just News por Susana Barreiras, a enfermeira coordenadora do programa multidisciplinar no Hospital Beatriz Ângelo, em Loures.

Esta foi a primeira unidade hospitalar a implementar o ERAS, especificamente na cirurgia colorretal, estando já a dar formação a outras unidades, sendo também o único hospital em Portugal certificado como centro de excelência do programa.

A implementação do ERAS no Hospital Beatriz Ângelo (HBA), que contou com o apoio da ERAS Society, decorreu entre maio e dezembro de 2016, estando a ser aplicado desde então. O programa tem como destinatários os doentes sujeitos a cirurgias do colon e reto, sendo que também já se expandiu a algumas cirurgias do pâncreas.


1.º Dia ERAS Portugal

“Join the Riot”: apresentação de resultados

Susana Barreiras apresentou recentemente os resultados do programa no 1.º Dia ERAS Portugal, evento que decorreu sob o lema “Join the Riot”. O objetivo foi fazer um balanço do trabalho desenvolvido, "comparando com os resultados de outros países, e ficamos muito satisfeitos por termos conseguido diminuir as complicações cirúrgicas.”

A enfermeira salienta que “a preparação exaustiva dos doentes antes da cirurgia, padronizando-se os cuidados intra e pós-operatórios, é essencial para uma boa recuperação”.

O acompanhamento inicia-se, assim, antes da cirurgia, com uma equipa multidisciplinar que avalia o estado de saúde, dando, na véspera e no próprio dia da intervenção, um suplemento alimentar. Além disso, “na cirurgia são usadas técnicas menos agressivas e aplicadas as melhores práticas anestésico-cirúrgicas”.



No pós-operatório, logo no primeiro dia, o ideal é que a pessoa se possa levantar. “Sabe-se que é um dos aspetos mais importantes para a sua rápida recuperação”, afirma a enfermeira.

Outros procedimentos incluem medicação para o enjoo, "para que a pessoa recomece a alimentar-se normalmente mais cedo, e são retiradas, logo que possível, as sondas e as algálias para facilitar a sua mobilidade".

O programa não fica por aqui. Após a alta hospitalar, é feito um contacto telefónico nas primeiras 24 horas, sendo marcada uma consulta com o cirurgião no período de uma semana. “Sempre que seja necessário, pode contactar a equipa.”


Elementos da Comissão Organizadora: Rui Maio, Joana Oliveira, Maria Manso, Susana Barreira, Luis Féria, Carlos Pereira e Francisco Matos

Resultados “muito promissores”

Para Rui Maio, diretor clínico do HBA, “os resultados do ERAS são muito promissores, apesar de ser um programa ainda recente”.

O responsável realça que “a integração do cirurgião numa equipa multidisciplinar é fundamental, porque não basta dominar as técnicas cirúrgicas mas também entender a biologia da doença e saber trabalhar e tomar decisões em equipa multidisciplinar”.


Rui Maio durante o 1.º Dia ERAS Portugal

Recorde-se que os resultados clínicos e económicos da aplicação do programa ERAS no HBA receberam uma menção honrosa no 27.º Congresso da Associação Europeia de Administradores Hospitalares, que decorreu este ano, em Cascais.

No evento que se realizou em outubro, esteve também presente Olle Ljungqvist, membro da ERAS Society, e representantes dos hospitais que estão a ter formação com o HBA para implementarem o mesmo programa e que são o Hospital da Luz, Hospital Fernando da Fonseca (HFF), Hospital de Cascais e Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (CHUC).


Alguns dos elementos que representaram os hospitais na reunião: Luísa Isabel (CHUC), Vítor Nunes (HFF), Lubélia Pegado (CHUC), Miguel Ghira (HBA), Carlos Pereira (HBA) e César Resende (Hospital da Luz)


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