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Encontro de Medicina Familiar do Alto Minho: 20 anos a formar e motivar jovens médicos

O Encontro de Medicina Geral e Familiar (MGF) do Alto Minho "é um dos momentos principais de formação e de divulgação dos trabalhos realizados na área da MGF nesta região", assegura Sofia Azevedo, delegada distrital da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).

Em declarações à Just News, a médica de família, que faz parte da organização desde o primeiro ano e que tem sido a principal responsável por grande parte das edições, não esconde a satisfação pelo trabalho desenvolvido ao longo de duas décadas:

“Todo o tempo que invisto na organização tem sido gratificante, não só pelo resultado final em si - pois findo um Encontro com sucesso toda a equipa se sente recompensada pelo seu empenho -, mas principalmente pela aprendizagem que é feita em cada caminho percorrido nos meses de preparação.”


Sofia Azevedo

Conhecer melhor as "forças e dificuldades" dos centros de saúde

A médica realça que a iniciativa permite conhecer mais de perto “os vários centros de saúde, as suas forças e dificuldades, sendo fundamentais as suas experiências e a noção da terra e das gentes”. Em suma: “Estes momentos são bastante enriquecedores.”

Na sua opinião, o sucesso deve-se ao empenho de todos, sobretudo dos mais novos: “Os jovens internos são sempre muito criativos e originais e a sua colaboração tem incutido uma dinâmica inovadora em cada Encontro."

Sofia Azevedo afirma mesmo que "é um privilégio poder contactar tão de perto com todos eles, que são o futuro da MGF, e que me ajudam a manter o entusiasmo e dinamismo na organização do evento e no dia-a-dia como médica de família”.

E, ao fim de 20 anos, tem uma certeza: “O meu crescimento como médica de família teria sido menor e menos recompensador sem esta experiência.”



Quanto ao impacto do Encontro na região considera que, apesar do aumento de ações formativas nos últimos anos, continua a ser “um evento importante de debate e atualização para a MGF da região”.


Elementos das comissões Científica e Organizadora

“Gerir de forma adequada o acesso à Consulta Aberta"

Entre os vários temas debatidos este ano, destaca-se a “Consulta Aberta” que, não sendo, técnico-científica, tem especial relevância para o quotidiano das unidades de cuidados de saúde primários. “Gerir de forma adequada o acesso a estas consultas é um desafio para muitas equipas e, apesar das diferentes estratégias, não existem estudos que nos ajudem a estruturar a oferta da forma mais eficaz possível.”

Para a responsável, não basta que as equipas partilhem experiências. “A literacia em saúde da população parece ser um ponto fulcral para a sua correta utilização, assim como dos restantes serviços de saúde.”

Apesar do desafio, “na Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) existe uma resposta que, na sua globalidade, corresponde ao expectável e contratualizado; contudo, exige esforço acrescido por parte dos profissionais”.
 

Elementos das comissões Científica e Organizadora numa das últimas reuniões de preparação do 20.º Encontro

“Esse afastamento das grandes cidades não tem de ser uma sentença”

E se Sofia Azevedo reconhece os trabalhos dos internos, estes também não esquecem o "papel fulcral" que a médica tem tido desde a 1.ª edição deste Encontro, conforme explica João Braga Simões, interno do Centro de Saúde de Arcos de Valdevez e um dos membros da Comissão Organizadora:

“É um exemplo. Todos se sentem valorizados pelo seu trabalho formativo e pela oportunidade que a Dra. Sofia, juntamente com as restantes comissões organizadoras ao longo dos anos, dá aos internos para participarem a todos os níveis na organização e na conceção do Encontro."


"Procedimentos administrativos em MGF" foi o tema de um dos workshops do 20.º Encontro

Uma das mais-valias do evento é também o facto de se realizar na região do Alto Minho e não nos grandes centros urbanos. Para o médico interno, “esse afastamento das grandes cidades não tem de ser uma sentença e acaba por ser relativa a distância" e acrescenta:

"Podemos e devemos, aliás, tornar este território num polo de conhecimento, porque existem profissionais de qualidade, instituições de ensino superior, como o Instituto Politécnico de Viana do Castelo e a Universidade do Minho e porque acreditamos que a atividade médica não se esgota na consulta.”


João Braga Simões

Como refere ainda: “É da responsabilidade dos médicos produzir ciência e contribuir para a sua divulgação, tanto num grande centro urbano como num território de periferia.”

Além da “Consulta Aberta” foram abordadas outras temáticas, como a Rede Nacional de Cuidados Continuados e Integrados, "mitos e verdades" relacionadas com a alimentação ou dor crónica não oncológica.



A 20.ª edição do evento, organizado pela Delegação Distrital da Associação Portuguesa de MGF e pela Direção de Internato Ricardo Jorge, realizou-se em junho deste ano, em Ponte da Barca, Viana do Castelo.

A cidade escolhida para acolher o Encontro resulta do processo de rotatividade entre os concelhos do Alto Minho, "um aspeto que também caracteriza este Congresso".


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