Jornadas Multidisciplinares de Medicina Geral e Familiar quadruplicam número de participantes

Realizada pela primeira vez em 2019, a reunião idealizada pelos médicos de família Paulo Pessanha, Manuel Viana e Rui Costa já vai na sua sétima edição, que terá lugar entre 20 e 22 de março, no local de sempre, o Sheraton Porto.

Dirigidas a internos e especialistas de MGF, as Jornadas Multidisciplinares de Medicina Geral e Familiar ultrapassaram o percalço da pandemia de covid-19, adotaram o modelo híbrido e são agora acreditadas por uma entidade europeia. A um mês de distância, pode-se dar como certo que o número de participantes deverá ser, pelo menos, quatro vezes superior aos 700 registados no ano de estreia!

Jornadas são agora acreditadas pelo Conselho Europeu de Acreditação para a Educação Médica Contínua

Com as inscrições presenciais (cerca de 1100) esgotadas há algum tempo, por se ter atingido o limite de capacidade da sala do Hotel Sheraton Porto, e as inscrições online a terem ultrapassado as 1500 em fevereiro – o que já será um recorde –, é possível que o total de congressistas possa vir a atingir os 3000.

Adicionalmente, é relevante deixar registado que as Jornadas Multidisciplinares de MGF foram recentemente acreditadas pelo Conselho Europeu de Acreditação para a Educação Médica Contínua (EACCME®) com 17,0 créditos CME europeus.

Por detrás do projeto estão três médicos de família que desenvolvem a sua atividade profissional no Porto e que partilham entre si a presidência das Jornadas. Contam depois com
uma Comissão Organizadora que no início era constituída por duas especialistas e seis internos de MGF e que atualmente tem menos dois elementos apenas porque Rosário Mendonça e Moura foi exercer medicina para o sul do país e Ana Correia de Oliveira aceitou desempenhar funções no SNS que não permitem a sua permanência na CO.




Mantêm-se na organização das Jornadas Rita Marques Costa, Ana Iva Costa Santos, Maria Inês Pereira da Silva, Hugo Barbosa Cordeiro, João Manuel Matias e Rodrigo Pinto Costa.

A tarefa de intervir na Sessão de Abertura de cada edição do evento vai rodando entre os três presidentes. À semelhança do que sucedeu em 2019, é a Paulo Pessanha que caberá dirigir algumas palavras aos participantes no primeiro dia das VII Jornadas.

Vale a pena recordar que, na altura, deixou claro que “a articulação entre os CSP e os cuidados hospitalares é crucial, exigindo um trabalho em equipa, em que o doente é o ponto mais importante”.

Em declarações à Just News, Paulo Pessanha especificou mesmo que “as Jornadas pretendem ser transversais entre a MGF e a medicina do hospital”, frisando que a ideia é “colocar os médicos de família em interação com os seus colegas hospitalares”.

Entretanto, para Manuel Viana, “as considerações teóricas estão agora muito mais acessíveis na Internet, o que falta é a troca de experiências, tendo sido por isso que temos diferentes gerações de colegas como palestrantes, desde internos do 1.º ano até seniores”. E mais: “Que coloquem as dúvidas que entenderem, que é aquilo que muitas vezes não sucede quando vou assistir a um congresso. Falta isso porque não há tempo e, por vezes, sente-se um certo constrangimento...”
 
Tanto Paulo Pessanha como Manuel Viana sempre estiveram muito ligados à área da Formação e este último admitia, na altura do arranque das Jornadas, que a associação a Rui Costa surgira de forma natural. Por um lado, por ser “um amigo de longa data”, mas principalmente por aliar ao seu currículo em matéria formativa
“uma grande experiência organizativa”.

“Temos o gosto de partilhar conhecimento”, justificava então Rui Costa, acrescentando: “O que nos interessa é que a prática da medicina vá de encontro àquilo que a população precisa. Se nós colaborarmos na atualização científica dos profissionais de saúde, nomeadamente dos médicos, pensamos estar a dar um contributo importante para melhorar a resposta do SNS.”



Com uma significativa experiência formativa e educativa, “achámos por bem levar a cabo este nosso projeto, para procurar responder às necessidades dos nossos pares”, sublinhava Rui Costa.