«As Unidades de Hospitalização Domiciliária têm-se reinventado para cuidar dos doentes»

O Núcleo de Estudos de Hospitalização Domiciliária (NEHospDom) da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI) organiza, dias 18 e 19 de junho de 2021, o 1.º Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária.

A reunião, inicialmente agendada para abril de 2020, foi adiada devido à pandemia por covid-19, mantendo-se o mesmo local, a Alfândega do Porto.

"A aventura toma corpo e cumprimos objetivos"

O evento é presidido por Francisca Delerue, d
iretora do serviço de Medicina Interna do Hospital Garcia de Orta, precisamente a unidade hospitalar de referência no nosso país no que à hospitalização domiciliária diz respeito. A médica e coordenadora do NEHospDom recorda isso mesmo:

"Em Portugal, esta inovação teve início no final de 2015 no Hospital Garcia de Orta, seguido do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho em março de 2018 e depois o Centro Hospitalar do Médio Tejo em dezembro de 2018."

Entretanto, acrescenta, "progressivamente têm aberto mais unidades por todo o país. Assim, atualmente contamos já com 29 unidades em funcionamento e mais se encontram a organizar o início de atividade – a aventura toma corpo e cumprimos objetivos."


Francisca Delerue

"Formar, acompanhar e avaliar"

Chegado a este ponto, Francisca Delerue considera que "a uniformização e normalização dos modelos e dos cuidados prestados é agora uma preocupação". Nesse sentido, sublinha, "precisamos de formar, acompanhar e avaliar".

E salienta que foi precisamente com este objetivo que foi criado o NEHospDom "e também com o propósito de ser uma plataforma de facilitação à partilha de experiências e de produção de ciência. Agora importa fazermos um trabalho continuo e conjunto."



Covid-19: "As UHD têm-se adaptado e reinventado"

Francisca Delerue salienta que a pandemia veio exigir muito mais de cada profissional das equipas. "Promover cuidados hospitalares ao domicílio tem sido um desafio que foi elevado pela pandemia a SARS-CoV-2 que atualmente vivemos". Mas garante: "As UHD têm-se adaptado e reinventado na forma como cuidam dos doentes e como constroem os seus circuitos."

O 1.º Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária, que será híbrido (presencial e com transmissão online), assume um papel ainda mais relevante. "Terá, sem dúvida, um papel-chave na partilha, inovação e formação entre todos", refere a médica. Na sua opinião, este evento
 poderá mesmo contribuir para um novo impulso da Hospitalização Domiciliária em Portugal.

Deixa, portanto, um apelo "para que todas as unidades criadas e em formação possam enviar representantes das diferentes áreas", assegurando que "irá haver espaço para a partilha conjunta e a criação de ciência em Hospitalização Domiciliária".
 
E sublinha: "Para melhor cuidar dos doentes em sua casa, temos de partilhar experiências no 1.º Congresso Nacional de Hospitalização Domiciliária".



Além de quase duas dezenas de especialistas que integram as comissões científica e organizadora do Congresso, Rita Nortadas (secretária-geral) e Olga Gonçalves (tesoureira) apoiam Francisca Delerue na preparação deste evento.

"O que pode ser melhorado para e após a alta"

Ao longo dos dois dias do Congresso estarão em debate aspetos como as dificuldades terapêuticas em Hospitalização Domiciliária, através do debate de casos clínicos, e o papel na articulação hospital/comunidade, procurando também responder-se à questão "Como fazer correctamente antibioticoterapia IV em casa?".

Está igualmente previsto um debate sobre "O que pode ser melhorado para e após a alta", com a partilha de perspetivas da Equipa de UHD, do médico e enfermeiro de família e do gestor hospitalar.

Para mais informações:
secretariado@spmi.pt

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