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Infeção por VIH: resistência primária à terapêutica antirretrovírica quase duplicou nos últimos 10 anos

Foram agora apresentados, na 1.ª Reunião de 2017 da Associação Portuguesa para o Estudo Clínico da SIDA (APECS), os dados preliminares do projeto de investigação Best Hope sobre os novos diagnósticos de infeção por VIH. À margem do evento, Joaquim Oliveira, presidente da APECS, destacou, em declarações à Just News, o facto de a taxa de resistências à terapêutica antirretrovírica ter aumentado na última década.



“A taxa de resistências primárias à terapêutica antirretrovírica quase duplicou nos últimos 10 anos, o que justifica que se mantenha a estratégia atual de efetuar testes basais antes de se iniciar a terapêutica antirretrovírica”, mencionou.


Marta Pingarilho. 

Além do problema das resistências primárias, a análise preliminar dos dados deste projeto, que foram apresentados por Marta Pingarilho, investigadora do Instituto de Higiene e Medicina Tropical, focou também a caracterização dos grupos que levantam algumas preocupações, nomeadamente os imigrantes e os homens que têm sexo com homens.

No encontro, foi possível partilhar informação sobre os novos diagnósticos de infeção por VIH, nomeadamente, quais são os grupos mais frequentemente infetados, tendo sido apresentados alguns casos clínicos que ilustram a realidade das novas infeções nos tempos mais recentes.

Relativamente às novas infeções, foi evidenciado que as principais tendências são, de acordo com Joaquim Oliveira: a existência de um maior número de casos de homens que têm sexo com homens jovens (pelo menos em termos relativos); a existência de um número importante de casos em heterossexuais mais velhos; e a acentuação do escasso número de casos atualmente atribuíveis à utilização de drogas por via endovenosa.



De acordo com o responsável, o facto de ser uma reunião restrita permitiu uma troca mais frutuosa de experiências entre diversos atores do contexto da infeção VIH, de diversas áreas da epidemiologia, da parte laboratorial e da área clínica. “É extremamente importante manter o intercâmbio de visões diferentes relativamente ao problema do VIH”, afirmou.


Direção da APECS: Luis Trindade, Carmela Pineiro, Célia Oliveira, Joaquim Oliveira e Teresa Branco.




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