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Estatinas são «a primeira linha de tratamento» na diminuição do risco cardiovascular

O cardiologista Carlos Rabaçal não hesita em afirmar que “as estatinas, nas doses máximas toleráveis, devem ser a primeira linha de tratamento da hipercolesterolemia”, o principal risco aterosclerótico.

O presidente das XXXII Jornadas de Cardiologia do Sul e Regiões Autónomas, que se realizaram recentemente em Vila Franca de Xira, salientou “o papel das estatinas no controlo do colesterol, como forma de prevenção primária e secundária de doença cardiovascular”, ao intervir no último dia da reunião.



“Nos doentes de risco cardiovascular muito elevado, o ideal é ter um valor de colesterol LDL inferior a 70 mg/dl ou -- e este ou, às vezes, é decisivo – conseguir uma redução de 50%, desde que o valor inicial se situe entre 70 e 135 mg/dl”, referiu.

E prosseguiu: “Quando tratamos 10 mil indivíduos, de forma reiterada, durante 5 anos, atingindo-se uma redução de 80 mg/dl, temos menos 500 eventos cardíacos nos cuidados primários e menos 1000 nos cuidados secundários, o que é realmente esmagador.”

O médico, que é diretor do Serviço de Cardiologia do Hospital de Vila Franca de Xira, realçou que, “apesar dos possíveis efeitos adversos a esta terapêutica, é preciso ter em conta, acima de tudo, os riscos superiores de não se adotar este tratamento”.


Na organização do evento estiveram envolvidos António R. Almeida, Pedro Custódio, Helena Ribeiro, Carlos Rabaçal, Joana Neiva, Carlos Mendonça, Sónia Albuquerque, Luís Nuno; e ainda (ausentes na foto) Pedro Bico, Rita C. Santos, Rita Duarte e Rita Gomes

Carlos Rabaçal mencionou ainda a necessidade de se olhar para a possibilidade de se apostar em modelos e combinações terapêuticas sempre que se justifique. “Na área dos lípidos, esta abordagem ainda é uma novidade, mas pode ser fundamental. Veja-se o exemplo da associação entre a ezetimiba e a rosuvastatina na redução do colesterol LDL, com os benefícios daí decorrentes”, observou.



A importância dos “olhos humanos da compaixão”

Um ponto alto das Jornadas foi a intervenção de Victor Gil, presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Cardiologia, que proferiu a conferência de encerramento. Desenvolvendo o tema “O Futuro da Cardiologia”, deixou claro que “o futuro é feito do passado e do presente”.

Olhando para a realidade atual, o cardiologista começou por salientar as mudanças que ocorreram nos últimos tempos com as novas tecnologias. “A relação médico-doente tem cada vez mais coisas interpostas, como os computadores, que, apesar de serem um auxiliar precioso, contribuem para que o médico passe menos tempo com o doente.”


Victor Gil e Carlos Rabaçal

Victor Gil haveria de deixar uma mensagem: “Tenho esperança no futuro, mas as novas tecnologias não podem substituir o olhar de cada um de nós, que implica atenção, busca da verdade diagnóstica e da solução terapêutica. A tecnologia é importante, mas também o são os olhos humanos da compaixão.”

No final da reunião seria entregue o Prémio de Melhor Poster a Raquel Menezes Fernandes, do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, pelo trabalho intitulado “Protocolo de Rastreio do Foramen Ovale Patente”.

Foi ainda anunciado que as XXXIII Jornadas de Cardiologia do Sul e Regiões Autónomas terão lugar na Ilha Terceira, nos Açores, presididas por Virgílio Schneider.


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