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Doença valvular aórtica: Intervenção inovadora no CHLN com próteses biológicas

O Serviço de Cirurgia Cardiotorácica do CHLN/Hospital de Santa Maria realizou, pela primeira vez em Portugal, no passado dia 10 de agosto, duas intervenções inovadoras para o tratamento da doença valvular aórtica, com válvulas biológicas, destinadas a doentes com idade inferior a 50 anos.

“Trata-se de uma prótese que apenas tinha tido seis implantes em todo o mundo. Fomos o quarto centro a quem foi disponibilizada, julgo que pela confiança que a empresa que as comercializa deposita no CHLN e no nosso SNS”, afirma Ângelo Nobre, diretor daquele Serviço.

“Esta válvula cardíaca foi desenhada para pessoas jovens, prevendo-se uma durabilidade de cerca do dobro do tempo, em comparação com as próteses atuais, que se implantam em doentes com mais de 60 anos ou com contraindicação para anticoagulação”, explica.

Dadas as características inovadoras deste implante a nível dos tecidos e tratamento anticalcificante, é possível que doentes cada vez mais jovens acedam a esta nova tecnologia, permitindo-lhes uma qualidade de vida muito maior.



Em declarações à Just News, Ângelo Nobre refere que “a válvula tem como novidade o facto de estar já seca, preparada para implantar e de, em casos de degenerescência, ser possível colocar facilmente uma de maior dimensão por ser dilatável, caso seja balonada”.

E acrescenta: “É também uma boa solução para mulheres jovens que pretendam engravidar –, por não haver necessidade de anticoagulação e pela longevidade que apresentam –, assim como para qualquer jovem, independentemente do sexo, que queira ter uma vida ativa.”

O cirurgião cardiotorácico dá como exemplo o caso de um dos doentes intervencionados, agente da autoridade de profissão, para quem “fazer anticoagulação poderia ser um mau out come, caso viesse a sofrer o mínimo ferimento”.

Resultado cosmético "é muito melhor" e a recuperação "mais rápida"

Estas duas primeiras intervenções em Portugal, a doentes com 40 e 42 anos, foram feitas de forma minimamente invasiva, “por miniesternotomia”, o que é também uma mais-valia, sobretudo no caso de mulheres jovens, uma vez que, segundo Ângelo Nobre, o resultado cosmético é muito melhor. Além disso, a recuperação é, também, mais rápida.

O especialista revela ainda que “ambas as cirurgias correram muito bem”. Os doentes tiveram alta três dias depois, tendo sido já implantado, entretanto, uma terceira destas válvulas, com resultados igualmente positivos.

Inovação "com ganhos em anos de vida"

Quanto à preparação dos profissionais para a realização desta intervenção, Ângelo Nobre refere que não é significativa. “O que altera são as características da válvula em si, a sua colocação faz-se da mesma forma”, menciona.

E termina: “Como é óbvio, o valor destas próteses também é diferente do das colocadas tradicionalmente, mas o CHLN assumiu esta inovação e os seus custos, com ganhos em anos de vida.”



A notícia pode ser lida na edição de setembro do Hospital Público.

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