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Hospital Beatriz Ângelo acolheu 5.º aniversário da UCF da Diabetes: «cuidados foram otimizados»

Menos internamentos e idas à urgência por hipoglicemia, grávidas com diabetes gestacional que são referenciadas numa fase mais precoce e menos amputações são três dos aspetos positivos ao fim de 5 anos da unidade coordenadora funcional da diabetes (UCFD) que envolve profissionais dos ACES Loures-Odivelas e Oeste Sul e do Hospital Beatriz Ângelo.

O balanço foi feito por Cristina Valadas, responsável, juntamente com Francisco Pestana Araújo, pelo 5.º Encontro da UCFD, que se reuniu no Dia Mundial da Diabetes, no Hospital de Loures.

Cristina Valadas, diretora do Serviço de Endocrinologia do Hospital Beatriz Ângelo (HBA), sublinhou, em declarações à Just News, que há “uma série de melhorias que mostram como os cuidados de saúde prestados às pessoas com diabetes foram otimizados ao longo destes 5 anos”.

Questionada sobre o que permite este balanço positivo, a especialista salientou o espírito de equipa e a motivação. “Como éramos um hospital novo – criado há 6 anos, todos tínhamos vontade de perceber quais as necessidades desta população, para prestarmos os melhores cuidados”, considerou.

Além disso, continuou, “desde o início que percebemos e apostamos na comunicação com os cuidados de saúde primários (CSP) para que se possa agilizar a cadeia de tratamento das pessoas com diabetes”.


Cristina Valadas e Francisco Pestana Araújo 

Simplificar a informação transmitida aos doentes e familiares

Francisco Pestana Araújo, cocoordenador do Serviço de Medicina Interna e responsável pela Consulta de Diabetes da Medicina Interna do HBA, também está satisfeito com o trabalho desenvolvido na área da diabetes. E enalteceu a forma holística e personalizada com que se olha cada vez mais as pessoas com esta patologia.

“Nos últimos anos, olha-se para o doente tendo em conta as comorbilidades associadas à diabetes, mas também toda a sua envolvência social, as condições económicas que têm repercussões a vários níveis como na adesão à terapêutica.”

E deu o exemplo da população da zona de influência do hospital: “Maioritariamente são pessoas idosas, fragilizadas, muito pouco esclarecidas e com dificuldades económicas, logo não é fácil, por exemplo, explicar como se faz a insulina.”

Face a esta realidade, Francisco Pestana Araújo defendeu que se deve apostar cada vez mais “na simplificação da informação transmitida aos pacientes e seus familiares/cuidadores, porque a família é muitas vezes o cônjuge que também não tem grande nível de escolaridade e que já padece de vários problemas de saúde”.

Quanto à partilha de informação entre os cuidados primários e secundários, o internista espera que se venha a resolver as limitações a nível informático. “Um dos grandes entraves com que nos deparamos na nossa atividade clínica é que, apesar de todos trabalharmos com registos clínicos eletrónicos, não temos sistemas de informação uniformizados; não cabe a nós resolver esta situação, mas devemos, sem dúvida, alertar para a mesma”, apelou.


Elementos da UCFD

CSP: “Uma área muito vasta, com diferentes realidades”

Nos CSP, também se faz um balanço positivo dos 5 anos da UCFD. Rita Ávila, a coordenadora, afirmou que “se tem conseguido um trabalho muito produtivo, com reuniões e ações formativas para se prestarem os melhores cuidados de saúde”.

Apesar dos avanços que a UCFD trouxe no tratamento e acompanhamento das pessoas com diabetes, a médica de família da USF S. João da Talha, salientou que não ser fácil ter um retrato uniforme da região. “Integro o ACES Loures/Odivelas, onde existem muitas unidades dispersas geograficamente, mas também com várias realidades.”

E especificou: “Temos aquelas em que há médico e enfermeiro de família e que têm todas as condições necessárias para o acompanhamento da diabetes, mas também há aquelas em que ainda há muitos utentes sem médico de família.”

Relembre-se que a UCFD envolve ainda o ACES Oeste Sul. “Esta UCFD abrange uma área muito vasta, com diferentes realidades.”


Rita Ávila

Questionada sobre o lema da International Diabetes Federation para 2018-2019, “Diabetes concerns every family”, Rita Ávila ressalvou o papel dos CSP. “É muito mais fácil comunicar e envolver a família nos cuidados primários, porque na maioria dos casos também são nossos utentes.”

Em termos de comunicação com o hospital, afirmou que se nota outra agilização com a UCFD, mas deixa uma ressalva. “Seria importante ter-se acesso a mais informações, nem que seja através de uma carta que o doente entrega quando vai à consulta, por exemplo.”



Tendo o Encontro decorrido no Dia Mundial da Diabetes, realizaram-se também rastreios para a população no átrio da entrada principal do HBA.


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