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Departamento de Coração e Vasos do CHLN vai ser expandido: «é uma obra de relevo»

Fausto Pinto não hesita em afirmar que “será uma obra de relevo, importante, que nos irá permitir responder com modernidade, com inovação e com uma maior capacidade de intervenção àquilo que são os desafios atuais na área cardiovascular”.

Diretor do Serviço de Cardiologia do Centro Hospitalar Lisboa Norte desde o verão de 2014 e há um ano à frente do Departamento de Coração e Vasos (DCV ), Fausto Pinto está entusiasmado, mas salienta que se trata de “um processo complexo” que, depois de arrancar, deverá prolongar-se por uns 3 anos.

“Estamos numa fase bastante adiantada, já houve uma aprovação do projeto por parte do Conselho de Administração, que tem dado todo o seu apoio, e está, neste momento, a ser desenhado o cronograma da sua implementação. Mas a definição estratégica, em termos físicos, dentro da estrutura hospitalar, está concluída”, esclarece.

Para se ter uma breve ideia, quando as obras estiverem concluídas, todo o internamento estará concentrado no piso 8 e em parte do 9. As consultas, os meios complementares de diagnóstico não invasivos e de ambulatório, o hospital de dia e uma pequena sala para intervenções de pequena cirurgia relacionada com os procedimentos cardiovasculares estarão concentrados na mesma zona.

Maior aproveitamento "das múltiplas capacidades do Departamento"

Embora mantendo a sua autonomia, a verdade é que os serviços de Cardiologia, de Cirurgia Vascular e de Cirurgia Cardiotorácica funcionarão, na prática, "de forma muito mais integrada, com vantagens óbvias para os doentes que a eles têm de recorrer".



Segundo Fausto Pinto, “haverá um aproveitamento maior das múltiplas capacidades que o Departamento tem, com um reforço da complementaridade dos vários serviços que o compõem, permitindo dar uma resposta mais eficaz, mais atempada e moderna a todos os desafios com que somos confrontados no dia-a-dia”.

Serviço de Cardiologia: a procura da inovação e da modernidade

“O Serviço de Cardiologia do CHLN está integrado num hospital universitário e, como tal, tem a responsabilidade de cumprir três funções: assistência hospitalar, formação pré e pós-graduada e investigação”, começa por dizer Fausto Pinto, quando se lhe pede que caracterize o Serviço que dirige. Inserido no maior hospital do país, o número significativo de doentes que atende e quantidade de procedimentos que realiza “colocam-nos no topo do que são as intervenções na área cardiológica em termos nacionais”.

Integrado na maior Faculdade de Medicina do país, “também temos o maior número de alunos, quer na fase pré-graduada como na pós-graduada”. Por outro lado, a componente investigação é “muito forte”, estando o Serviço envolvido em perto de uma centena de estudos.

Sendo altamente diferenciado, o Serviço de Cardiologia do CHLN recebe doentes de norte a sul do país, muito para lá, portanto, da área de referência pré-definida. Nesse aspeto, “temos tratado aqui quem nos procura e temo-lo feito de uma forma completamente aberta, sem qualquer tipo de restrição”.

Mas a procura do Serviço também acontece por parte dos médicos internos. “Felizmente, temos tido internos fantásticos. Habitualmente, são dos melhores classificados, o que, com é óbvio, também representa uma responsabilidade acrescida, mas penso que temos conseguido corresponder àquilo que são as necessidades de formação”, afirma Fausto Pinto.



O cardiologista mostra-se, contudo, bastante crítico relativamente ao facto de serem os internos que escolhem os serviços hospitalares onde querem cumprir o seu internato em função da nota que obtiveram no exame nacional: “No meu entender, esse deverá ser apenas um critério e não o único critério para a seleção dos internos. Penso que os serviços e as instituições deveriam ter uma palavra a dizer a esse respeito.”

"Um inovador modelo de agregação de serviços"

O Departamento de Coração e Vasos do CHLN inclui os serviços de Cardiologia (diretor: Fausto Pinto), de Cirurgia Vascular (diretor: Luís Mendes Pedro) e de Cirurgia Cardiotorácica (diretor: Ângelo Nobre). Criado em 2015, o seu primeiro responsável foi José Fernandes e Fernandes, que dirigia então o Serviço de Cirurgia Vascular.


Ângelo Nobre, Fausto Pinto e Luís Mendes Pedro

Segundo Fausto Pinto, “representa um inovador modelo de agregação de serviços com áreas afins, que se complementam com o objetivo de centrar a sua atividade e capacidade de intervenção destas três disciplinas médicas no doente, traçando, em conjunto, objetivos e estratégias na área cardiovascular, possibilitando uma abordagem mais efetiva e inovadora, baseada na articulação e cooperação”.




A notícia pode ser lida na edição de janeiro do Hospital Público.

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