Controvérsias em Obstetrícia, Ginecologia e Infertilidade: «Internos com exposições de muito bom nivel»

Foi com enorme satisfação que Diogo Ayres de Campos, presidente da Federação das Sociedades Portuguesas de Ginecologia e Obstetrícia (FSPOG) e um dos cinco presidentes do 32.º congresso Controvérsias em Obstetrícia, Ginecologia e Infertilidade (COGI), testemunhou a elevada qualidade das apresentações realizadas por palestrantes portugueses, que muito se equipararam às dos colegas estrangeiros.



Com cerca de 1500 participantes, esta edição decorreu entre 21 e 23 de novembro, em Lisboa, e registou um dos maiores níveis de adesão de sempre. Relativamente ao volume médio de inscritos das edições europeias, que geralmente se situam entre os 1000 e os 1200, "desta vez, a adesão foi ligeiramente superior, onde se incluíam muitos portugueses”, evidencia Diogo Ayres de Campos.

A robusta participação médica nacional no evento verificou-se de várias formas. Na realidade, “a maioria das comunicações orais selecionadas para apresentação nas sessões do congresso era da autoria de internos do nosso país, e as exposições foram de muito bom nível”.

Também “muitos participantes nacionais apostaram na submissão e apresentação de posters, que é uma experiência importante para o treino da capacidade de elaborarem um resumo científico, construírem um póster, exporem-no verbalmente e discutirem-no com médicos com grande traquejo internacional”.


Diogo Ayres de Campos

Houve também muitos especialistas em Ginecologia/Obstetrícia portugueses mais seniores a integraram o painel de palestrantes e de moderadores das sessões principais do congresso, o que trouxe ao copresidente português um sentimento de enorme satisfação:

“É reconfortante verificar que, a nível nacional, temos profissionais capazes de apresentar e de discutir assuntos científicos ao mesmo nível de muitos outros colegas estrangeiros, o que resultou numa discussão aberta entre todos e numa partilha bilateral de experiências e de formas de atuar.”

Do leque de palestrantes e moderadores portugueses fizeram parte Filipa Osório, Ana Aguiar, Pedro Pinto, Mónica Cruz Pires, Inês Nunes, Maria de Carvalho Afonso, Ana Luísa Areia, Luísa Pinto, Luís Ferreira Vicente, Teresa Almeida Santos, Ricardo Santos, Samuel dos Santos Ribeiro, Ana Sousa Ramos, João Ramalho-Santos, Fátima Faustino, Nuno Clode, Rui Miguelote, Cláudio Rebelo, Álvaro Cohen, Susana Santo e o próprio Diogo Ayres de Campos.


Luís Vicente (presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução) e Fátima Faustino (presidente da Sociedade Portuguesa de Ginecologia), elementos que integraram a Comissão Científica do COGI 2025

“Discutiram-se aspetos muito controversos"

Em retrospetiva, o presidente da FSPOG nota como, “nesse âmbito, esta edição do congresso diferiu muito da realizada em 2012, onde a participação nacional no programa científico foi relativamente escassa”.

O médico, que dirige o Departamento de Ginecologia, Obstetrícia e Medicina da Reprodução da ULS de Santa Maria, atribui essa mudança também à “estratégia assumida pela FSPOG, no sentido de promover a inclusão de um maior número de médicos nacionais nos programas científicos em que participa”.

Diogo Ayres de Campos adianta que, no campo da Obstetrícia, para o qual está mais direcionado, “discutiram-se aspetos muito controversos na forma de abordar e de tratar algumas das doenças da gravidez, como a diabetes e a obesidade, e no modo como devem ser prevenidas certas complicações, como a pré-eclâmpsia e o parto pré-termo”.

E atesta o sucesso da discussão destas temáticas, considerando que “as sessões estiveram praticamente sempre lotadas durante os dois dias principais do congresso”. Acresce ainda “o envolvimento ativo da audiência, que não só colocou algumas questões pertinentes, mas também exprimiu muitas vezes abertamente a sua opinião”.


Diogo Ayres de Campos com o fundador do COGI, Zion Ben Rafael

Finda esta edição, o copresidente português orgulha-se da forma como o evento decorreu, também do ponto de vista organizacional: “As sessões correram muito bem, o catering estava excelente e o Centro Cultural de Belém é um local muito especial. Todos os participantes estrangeiros transmitiram-me que tinham gostado muito!”

Realizando-se já desde os anos 90, o COGI é um dos congressos internacionais mais reconhecidos nas áreas da Obstetrícia, Ginecologia e Infertilidade e continua a ser impulsionado pelo seu fundador, o israelita Zion Ben Rafael.

  

 

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