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Congresso Internacional de Enfermagem de Reabilitação «está esgotado» há duas semanas

O presidente da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Reabilitação (APER), Belmiro Rocha, diz estar “muito satisfeito” com o interesse que a reunião magna da APER está a despertar entre os seus colegas. Exclusivamente presencial, o evento realiza-se na Figueira da Foz, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro.

Especialista em Enfermagem de Reabilitação desde 1995 e tendo integrado o respetivo Colégio de Especialidade da Ordem dos Enfermeiros (OE) durante 16 anos, os últimos 8 como seu presidente, Belmiro Rocha sabe do que fala quando afirma que os enfermeiros de Reabilitação (ER) portugueses “são profissionais muito competentes”.

O primeiro curso de especialização na área – muito inspirado na realidade dos EUA, país que liderava nesta matéria -- iniciou-se em outubro de 1965, estando neste momento registados na OE perto de 5500 ER.

“Muito gostaríamos que a Europa em geral acompanhasse o desenvolvimento que a nossa Enfermagem de Reabilitação tem”, afirma Belmiro Rocha, acrescentando: “O que há são enfermeiros generalistas que fazem algumas intervenções no âmbito da Reabilitação, mas não são especialistas, ao contrário do que sucede nos EUA, no Canadá, na Austrália, na Nova Zelândia ou no Brasil.”


Belmiro Rocha

O facto de o programa do Congresso Internacional de Enfermagem de Reabilitação (CIER’23) incluir uma sessão com representantes do Brasil, EUA, Croácia, Bélgica, Espanha e França – participação internacional que, importa frisar, não é novidade nos encontros da APER -- resulta da vontade de que “o modelo português seja replicado lá fora, nomeadamente na Europa”.

Belmiro Rocha cita o exemplo do Brasil, “que ainda muito recentemente tinha, de facto, enfermeiros a realizar práticas de reabilitação, mas sem serem especialistas”. E esclarece: “Graças ao trabalho que temos vindo a desenvolver com os nossos colegas brasileiros, eles têm agora a especialidade de Enfermagem de Reabilitação devidamente reconhecida.” 

Congresso inclui componente científica e atividades com a comunidade

Como habitualmente, o Congresso da Associação Portuguesa de Enfermeiros de Reabilitação – este ano realizado sob o lema “Competências, Valor para as Pessoas” -- tem uma componente científica, com um programa de dois dias de trabalhos muito intensos e várias salas em funcionamento em simultâneo.

Para além das sessões no Grande Auditório, decorrerão, em paralelo, comunicações livres (65), apresentação de pósteres (mais de 100), um Concurso de Fotografia e Vídeo de ER, para além de workshops e seminários.

A Conferência inaugural, proferida por um dos elementos da Direção Executiva do SNS, é uma das novidades deste ano, “pela sua pertinência e relevância”, como sublinha Belmiro Rocha. Nela serão abordados os Centros de Responsabilidade Integrados (CRI), as Unidades Locais de Saúde (ULS), e as USF tipo B, entre outros pontos da reforma em curso na Saúde.

Referindo-se às ULS, Belmiro Rocha considera representarem “uma grande melhoria do ponto de vista da articulação e proximidade de cuidados”. E acrescenta: “Quando o doente transita do internamento hospitalar para os cuidados de saúde primários está, no fundo, a passar de um serviço para outro dentro da mesma instituição.”

Um dos projetos que vão ser apresentados no CIER’23, considerado “um bom exemplo de integração de cuidados”, é o Programa do Doente Respiratório Crónico implementado na ULS de Matosinhos.



Haver uma sessão dedicada à importância dos recursos humanos em saúde é, para o presidente da APER, algo fácil de justificar: “Temos a perceção de que, para prestarmos bons cuidados, nós precisamos de bons profissionais, independentemente do contexto em que se inserem, seja a área pública ou a privada, ou até a área do social e do corporativo, que está a crescer. O que esperamos de todos é exatamente o mesmo, que sejam protagonistas de intervenções com bons resultados e com ganhos em saúde.”

As atividades na comunidade programadas para 2 de dezembro inserem-se na comemoração do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, oficialmente assinalado a 3 de dezembro. Em simultâneo, explica Belmiro Rocha, “irá realizar-se uma ação de rastreio e de educação para a saúde sobre doenças cerebrocardiovasculares, com o objetivo de sensibilizar a população para a importância de adotar e manter um estilo de vida saudável”.

O palco destas atividades vai ser a Escola Secundária / 3.º Ciclo EB de Cristina Torres, na Figueira da Foz.

 

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