CHULN celebra 60 anos de Imunoalergologia e o legado de Antero da Palma-Carlos
Foram vários os profissionais de saúde que quiseram marcar presença na sessão em que se assinalou os 60 anos do Serviço de Imunoalergologia do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN). Para Elisa Pedro, diretora do Serviço, “a história da especialidade passou sempre por esta casa”.
O evento que se realizou na passada sexta-feira, na Aula Magna do Hospital de Santa Maria, reuniu naturalmente muitos médicos internos e especialistas de Imunoalergologia, mas também de outras especialidades, nomeadamente, Pediatria, Pneumologia, Reumatologia, Dermatologia, entre outras. Mas não só.
Também profissionais de outras áreas fizeram questão de participar nesta comemoração. Uma demonstração, na opinião de Elisa Pedro, da multidisciplinaridade e das sinergias criadas ao longo dos anos por uma equipa que diz ser “dedicada, trabalhadora e coesa”.
Na sessão de abertura também proferiram algumas palavras Daniel Ferro, presidente do Conselho de Administração do CHULN, Luís Pinheiro, diretor clínico do CHULN, Fausto Pinto, diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (FMUL), Manuel Barbosa, anterior diretor do Serviço e Manuel Branco Ferreira, diretor da Clínica Universitária de Imunoalergologia da FMUL.
Fausto Pinto, Elisa Pedro, Daniel Ferro, Luís Pinheiro, Manuel Branco, Manuel Barbosa e Ana Paula Fernandes (enfermeira-diretora do CHULN)
“Sempre fomos pioneiros"
Olhando para as conquistas do Serviço, Elisa Pedro relembrou, entre outras, o reconhecimento como centro de excelência, em 2019, por parte da World Allergy Organization, cujo secretário-geral, o português Mário Morais-Almeida, estava entre os presentes.
Destacou ainda a criação da Unidade de Asma Grave, em colaboração com o Serviço de Pneumologia, na qual se inclui, mais recentemente, uma consulta de Nutrição (desde 2020) e uma outra de asma e polipose nasal, com o apoio da ORL (desde junho deste ano).
Elisa Pedro
Nos últimos tempos realçou ainda o apoio dado em casos relacionados com suspeitas de alergia às vacinas contra a covid-19, assim como as candidaturas a centros de referência nas áreas do angioedema hereditário e das doenças raras.
Quanto ao futuro “só pode ser muito bom”. Um otimismo que se justifica, na sua opinião, pela aposta, desde sempre, no legado de Antero da Palma-Carlos, “o pai da Imunoalergologia” e precursor do Serviço, e que assenta na atividade assistencial, no ensino e na investigação.
“Sempre fomos pioneiros, como no desenvolvimento da imunoterapia, no tratamento com imunoglobulinas, na dessensibilização medicamentosa e no uso de biológicos em formas grave de doença alérgica.” 
"Maturidade científica da equipa"
O anterior diretor Manuel Barbosa relembrou na sua intervenção “o saudoso” Antero da Palma-Carlos e a forma como contribui para a criação e desenvolvimento da Imunoalergologia no CHULN e também a nível nacional.
No final, defendeu que “o futuro deve-se preparar, respeitando o passado e aproveitando as lições” ao longo dos anos e que envolve três vertentes: atividade assistencial, ensino e investigação.
Manuel Barbosa
Foi precisamente sobre as duas últimas que falou Manuel Branco Ferreira, ou não estivesse à frente da Clínica Universitária de Imunoalergologia da FMUL. O especialista realçou que tem aumentado o número de publicações científicas de médicos do Serviço, sobretudo a nível internacional, o que revela “a maturidade científica da equipa". 
Manuel Branco Ferreira
Apontou ainda como fator de sucesso a colaboração com hospitais afiliados da FMUL, assim como a articulação com a FMUL, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica, da qual é presidente, a Direção-Geral da Saúde e a Ordem dos Médicos.
Na sessão de encerramento foi ainda prestada uma homenagem à imunoalergologista Conceição Santos, que se jubilou do Serviço no passado mês de outubro.
