«Celebrar 4 décadas de prática de Medicina da Reprodução em Portugal»
"É agora o momento de exaltar a contribuição para o tratamento da infertilidade, para a realização de muitos sonhos e projetos", sublinha Teresa Almeida Santos, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina da Reprodução (SPMR), a propósito da comemoração de "quatro décadas de prática de Medicina da Reprodução em Portugal".
Esse será, aliás, o tema central das XXXVI Jornadas Internacionais de Medicina da Reprodução. Sob o lema "Celebrar 4 décadas", o evento terá lugar na Figueira da Foz, ao longo dos dias 4 e 5 de maio e encerra "um ciclo com um programa ambicioso e atual".
Teresa Almeida Santos
Crescimento da SPMR, "com novas áreas de atuação"
Em final de mandato, Teresa Almeida Santos afirma ter "a sensação de dever cumprido e a satisfação de ver crescer a SPMR, em número de associados, com novas áreas de atuação e em participação viva e empenhada".
Para a responsável pelo Serviço de Medicina da Reprodução do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), não há qualquer dúvida: "A prática é cada vez mais exigente!". E recorda que, nos últimos anos, a SPMR procurou "responder aos desafios que fomos identificando", destacando algumas das principais conquistas.
"Lançámos as bases para a disponibilização de técnicas de preservação do potencial reprodutivo nos doentes oncológicos", refere, acrescentando ser, hoje, "uma realidade ineludível em todos os centros de PMA do país, prontamente acessível a todos o que têm a sua fertilidade ameaçada por uma terapêutica inadiável".
Por outro lado, refere o empenho "na prevenção primária da infertilidade, respondendo a uma necessidade da população jovem cuja literacia de saúde é ainda insuficiente". Uma realidade, "apesar de toda a informação estar disponível, à distância de um clic…".
Teresa Almeida Santos destaca ainda a campanha "Cuida da tua fertilidade", que teve "um grande alcance, despertou consciências, motivou discussões, e certamente continuará a suscitar algumas reflexões".
Relativamente ao programa das XXXVI Jornadas Internacionais de Medicina da Reprodução, serão debatidas questões como "Obesidade e infertilidade feminina: que modelos de atuação?", "Ainda é possível manter o anonimato na doação de gâmetas?" e "Proteção de dados em PMA".
Teresa Almeida Santos terá um papel ativo na reunião, moderando algumas das sessões, como é o caso do tema "O que muda na prática da PMA em Portugal depois do Acordão 225/2018 do Tribunal Constitucional". A intervenção estará a cargo de Rui Moura Ramos, professor catedrático da Secção de Ciências Jurídicas da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e ex-presidente do Tribunal Constitucional de Portugal.