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APDP quer criar Casas da Diabetes, «espaços de interajuda em zonas estratégicas do País»

José Manuel Boavida é o novo presidente da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) para o triénio 2017-2019. O médico endocrinologista, que entrou na Associação com a tarefa de avaliar os cursos de adultos e que, mais tarde (entre 2002 e 2008), haveria de desempenhar as funções de diretor clínico, assume agora o cargo máximo da APDP.

Uma das suas apostas prende-se com a criação de Casas da Diabetes em zonas estratégicas do país. Em entrevista à Just News, publicada na edição de junho do Jornal Médico, explica que se tratam de “espaços de interajuda onde as pessoas com a doença podem partilhar experiências e esclarecer dúvidas, aprender a cuidar de si e até ajudar outros a viver com esta patologia”.

"É preciso ir ter com as pessoas"

Na base da criação destes grupos estarão parcerias ou protocolos estabelecidos entre a APDP e outras instituições a definir caso a caso. O responsável diz que “é preciso ter em conta as necessidades locais e as oportunidades que vão surgindo”.

Quanto às chamadas zonas estratégicas, a ideia é mais precisa: “É preciso ir ter com as pessoas, não esperar que venham até nós, logo as localidades mais desfavorecidas do ponto de vista socioeconómico – bairros periféricos, por exemplo – são aquelas que devem ser eleitas para integrar este projeto”.



No entender do novo presidente da APDP, “a literacia em saúde é fundamental, é necessário apostar na educação e na capacitação das pessoas com diabetes, para que consigam fazer o “autocontrolo””.

Contribuir para "uma doença crónica sistémica mais controlada"

José Manuel Boavida afirma, inclusive, que é essencial que “elas sejam médicas de si próprias”. No seu entender, “não há que temer esta maneira de ver a diabetes, porque é uma patologia que depende das decisões tomadas, diariamente, por cada pessoa, após aconselhamento de um profissional de saúde”.

As Casas da Diabetes são também uma forma de “cooperação e de parceria para que a APDP possa alargar a sua zona de influência, pois, uma das queixas que chegam até nós prende-se com o facto de estarmos situados em Lisboa”. O especialista acrescenta que a autovigilância e a capacitação das pessoas “também traz vantagens para o Estado, que acaba por poupar ao ter uma doença crónica sistémica mais controlada”.

Este projeto será ainda uma forma de colmatar as lacunas que existem no terreno, quando os profissionais de saúde tentam fazer educação para a saúde. “A sua formação assenta, sobretudo, na componente curativa, logo as dificuldades que existem, atualmente, na educação terapêutica prendem-se com a falta de tempo, mas também com a insuficiente capacitação para esta área, descurada na formação destes profissionais”, diz José Manuel Boavida.


José Manuel Boavida foi distinguido, em março, com o Prémio Carreira SPD/Sanofi 2017, durante o 13.º Congresso Português de Diabetes, devido ao seu trabalho desenvolvido ao longo de décadas.

Na área da formação, o responsável enaltece o trabalho desenvolvido pela Associação, salientando que, hoje em dia, através da Escola da Diabetes, são realizados cerca de 50 cursos por ano, incluindo a pós-graduação em Diabetes.

Destaca também o “Seminário de Sesimbra”. De periodicidade anual, o evento funciona como “espaço de reflexão sobre as áreas da educação terapêutica, sobre a complexidade da relação entre as pessoas e os profissionais de saúde, sobre a pedagogia, a comunicação, o empowerment…”.

Alguns dos elementos dos Corpos Gerentes da APDP para o triénio 2017-2019:
Ana Cristina Paiva, Maria de Lurdes Serrabulho, Paula Macedo, João Filipe Raposo, José Cunha Rodrigues, José Manuel Boavida, José Alfredo de Sousa, Maria Adelaide Canelas e Diniz Pinto Vieira.





A entrevista completa com José Manuel Boavida pode ser lida na edição de junho do Jornal Médico.

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