Colaboração entre diretores de Enfermagem de Portugal e Espanha permite «abrir mais portas»
A Associação dos Diretores de Enfermagem (ADE), de Portugal, e a Associação Nacional de Diretores de Enfermagem (ANDE), de Espanha, assinaram recentemente um convénio. Segundo o presidente da associação portuguesa, José Ribeiro, o objetivo é, sobretudo, a “colaboração em ações e atividades de interesse científico e que permitam aumento do conhecimento para desenvolvimento do setor da saúde”.
O momento aconteceu numa reunião que teve lugar no âmbito do Congresso da Associação Europeia de Gestores Hospitalares onde, além das referidas associações, também marcou presença a Associação Europeia de Enfermeiros Diretores.
De acordo com o presidente da ADE, com este convénio "pretende-se que os enfermeiros diretores participem em redes internacionais de enfermagem, que permitam partilhar experiências e projetos, aumentar as suas competências e inserir colaboradores das suas instituições nestas dinâmicas". Desta forma, acrescenta o enfermeiro diretor no Centro Hospitalar Tâmega e Sousa (CHTS), "queremos melhorar a intervenção da Enfermagem, as condições de trabalho dos enfermeiros, o atendimento ao cidadão e o fortalecimento do SNS".
O convénio foi assinado por Manuel Bernardo García Suaréz, vogal da ANDE, e José Ribeiro
Ficou assente que a colaboração entre a ADE e a ANDE será estabelecida através de um conjunto de ações: “atividades de docência e formação; presença em atos oficiais de ambas as associações; execução de atividades científicas conjuntas (jornadas, seminários, entre outras); facilitação de contactos institucionais; e participação em novas experiências de gestão, projetos de inovação e de investigação”.
José Ribeiro realça que durante a referida reunião, houve espaço para discutir a carreira de enfermagem nos dois países, nomeadamente os níveis de gestão em Espanha e em Portugal, os conteúdos funcionais das categorias existentes e o nível de desenvolvimento da profissão.
Este debate sobre o modelo de carreira na área da Enfermagem de Portugal e de Espanha permitiu "evidenciar semelhanças e diferenças entre ambos os países, bem como os aspetos negativos e positivos que daí derivam. Em Espanha, no que diz respeito ao nível de gestão, existem realidades diferentes de região para região”, comenta.
Uniformizar procedimentos e "promover aumento de competências"
Um dia antes da assinatura do documento, no âmbito do mesmo Congresso, teve lugar mais uma das reuniões realizadas periodicamente pela ADE, onde são discutidos os problemas em agenda:
“Melhorar a interpretação das leis com uniformização da sua aplicação, garantir proatividade e a melhor gestão das unidades de saúde, discutir e disseminar projetos de inovação e, desta forma, melhorar o desempenho de todos, uniformizando procedimentos que se tornem uma mais-valia para os utentes, profissionais, organizações e SNS”.
"A ADE e a ANDE têm trabalhado para que o convénio celebrado continue a ser fortalecido", assegura José Ribeiro, tendo já decorrido outros encontros nesse sentido
José Ribeiro explica à Just News que o objetivo "é discutir assuntos que são problemáticas comuns e que pretendemos, com espírito de colaboração, promover aumento de competências de modo a tomarmos decisões mais ou menos concertadas em todo o país, na linha das políticas do governo”.
Nesta reunião foram debatidos diversos temas, entre os quais o descongelamento de progressões na carreira de enfermagem e a partilha do suporte legal para as decisões a tomar.
Em análise estiveram, também, os padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem, as dificuldades de parametrização, os sistemas de informação de suporte às intervenções de enfermagem e o sistema de informação de gestão para a gestão dos hospitais, como, por exemplo, o sistema de classificação de doentes em Enfermagem (SCD/E).
A avaliação de desempenho foi outro dos assuntos, nomeadamente o SIADAP (Sistema Integrado de Gestão e Avaliação do Desempenho na Administração Pública): “Analisou-se o percurso, as dificuldades de implementação e como é que será possível melhorá-lo, nomeadamente em termos orgânicos e através da criação de novos indicadores. Seria mais real o processo de avaliação com bons sistemas de informação e novos indicadores, e melhorava a operacionalização na solução tecnológica GeADAP.”
José Ribeiro revela ainda que, igualmente com o propósito de "trabalhar cada vez mais em rede e abrir mais portas", a Associação dos Diretores de Enfermagem passou, muito recentemente, a integrar a International Nursing Network (INN), estando o enfermeiro diretor do CHTS na mesa de coordenação desta rede internacional, mas não só: "São vários os enfermeiros que têm entrado gradualmente como associados e para os diversos grupos de trabalho existentes."
A notícia completa pode ser lida no Hospital Público de novembro.
