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«A Medicina Geral e Familiar não pode demarcar-se da sua vertente comunitária»

A 30.ª edição do Encontro de Internato de Medicina Geral e Familiar (EIMGFZN), organizada pela Direção de Internato Sousa Martins do ACES Cávado III Barcelos/ Esposende ficará recordada pela "forte adesão e pela dinamização de ações inéditas". O evento, que decorreu nos dias 8, 9 e 10 de novembro, juntou cerca de 1200 participantes em Esposende e em formato online.



“Nesta 30.ª edição, quisemos marcar a diferença pela inovação e novidade”, começa por distinguir Hugo Gomes, presidente da Comissão Organizadora, que está no 3.º ano do interno de MGF na USF Santo António, para, logo de seguida, apresentar as três novidades:

“Realizámos o 1.º Encontro de Orientadores de Formação de MGF da Zona Norte, sob o tema ‘Avaliação a 360⁰’. Pela 1.ª vez, possibilitámos a proposta de workshops de submissão livre, democratizando a vontade de partilhar experiências e competências. E, de forma inédita, decidimos ainda abrir este encontro à comunidade, integrando no encontro a realização de uma sessão de educação para a saúde, sobre alimentação na infância, intitulada ´Do berço à mesa`, dirigida a pais e cuidadores”.

Hugo Gomes acentua a importância desta sessão de promoção de literacia, distinguindo que “A MGF não pode demarcar-se da sua vertente comunitária, e este pareceu-nos um passo na direção certa”.

O balanço que faz do evento é muito positivo: “Tivemos o privilégio de receber em nossa casa a família da MGF da Zona Norte e de construir um espaço de encontro de partilha intergeracional de conhecimentos e experiências, que ficará na memória de todos pela dimensão, qualidade e diversidade”.

Quanto à ordem de trabalhos para os três dias do evento, realça a tentativa que existiu de “proporcionar um programa de educação e de formação médica diversificada, interativa e eminentemente prática, dirigida às reais necessidades dos médicos internos e especialistas em MGF”.

Ressalvou ainda o esforço empregado em “contribuir para uma reflexão crítica e construtiva dos desafios e das oportunidades que emergem para a MGF num contexto conturbado de mudança para a Medicina, como aquele que se vive atualmente”.



“O futuro começa em cada um e com cada um de nós”

Na sua opinião, também o fator social é determinante: “Levamos connosco não apenas o conhecimento adquirido, mas também as conexões que forjamos, o testemunho do poder transformador das nossas habilidades e conhecimentos, a certeza de que a colaboração pode gerar inovação e progresso, e a inspiração para a gestão e o cuidado integrados dos nossos doentes.”

O presidente da comissão organizadora frisa ainda a responsabilidade e o poder dos internos de MGF: “A MGF em Portugal tem futuro. E o futuro começa em cada um e com cada um de nós”.


Hugo Gomes e Helena Ferreira

Tornar o Encontro "uma referência a nível nacional”

Helena Ferreira, vice-presidente do 30.º EIMGFZN, realça que o Encontro trazia consigo dois fatores extra que o tornavam ainda mais estimulante – a 30.ª edição significava uma grande maturidade do evento e, por isso, uma mais responsabilidade; a par, realizar-se-ia o 1.º Encontro de Orientadores de Formação”.

Olhando para trás, considera que “as expectativas não foram defraudadas e, com abordagens nas mais diversas matérias, o evento foi muito além de temas científicos. Ajudámos a pensar o futuro da saúde como um todo mas também no individual”. Também houve lugar para emoções, com “a homenagem mais do que merecida ao Dr. Virgílio Gomes, figura incontornável do internato de MGF da Zona Norte, mais concretamente na sub-região de Braga”.

A adesão “esmagadora diz bem da magnitude do evento, assim como a submissão das duas centenas de trabalhos vindos das mais diversas zonas do país”. Realizado num modelo híbrido, este encontro reuniu cerca de 800 participantes em modalidade presencial e 400 em regime online.

Chegado o momento de passar o testemunho à próxima comissão organizadora, a médica de família da UCSP Fragoso deixa a garantia de que “poderão contar com toda a colaboração possível, de forma a continuar a elevar a qualidade deste Encontro, no sentido de o tornar uma referência a nível nacional”.

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